Jefferson, que estava acostumado a atender casamentos, festas, feiras e exposições, enxergou no coronavírus uma forma de ajudar a prima, Claurinei Pereira, de 37 anos. A mulher, conhecida como Clau, veio de Muriaé, Zona da Mata mineira, para seguir os sonhos, logo após ser demitida de uma fábrica de costura. “Quando percebi que, depois do decreto do prefeito Alexandre Kalil, não poderíamos mais abrir a casa porque era preciso evitar aglomerações. Já fui logo pensando uma forma de não perder a renda. Foi aí que tive a ideia de achar uma máquina de costura velha da minha mãe. Tirei o pó, e chamei a Clau para participar. Foi uma forma de a gente se ajudar também”, conta o empreendedor.
“É uma maneira de ressignificar o local. A gente tem a vontade de transformar em um espaço cultural, mas não tínhamos colocado em prática. Fazíamos algumas feiras e exposições, mas nada além disso. Agora, quero transformar e ressignificar. Criar um espaço para artesões e costureiros. Fazer aula de zumba, criar um festival de comida mineira e desfiles de moda", projeta.
Divididos em uma força-tarefa, Clau e Jefferson já confeccionaram mais de 200 máscaras. As vendas estão sendo feitas via WhatsApp e a entrega é pelo portão da antiga casa de festas, mantendo proximidade de segurança com os compradores.
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Questionado sobre o nome do local, que remete às senzalas que eram os locais onde os escravos eram aglomerados de forma desumana nos engenhos e fazendas do Brasil Colônia e do Império do Brasil entre os séculos XVI e XIX, Jefferson garantiu que queria transformar a tristeza em alegria. “Veja, obviamente as senzalas foram lugares de muita dor, mas também foram local de expressão cultural. Por isso a escolha do nome. Remete às coisas boas, os momentos de felicidade e festa”.