"Vamos ficar em nossas casas, vamos cumprir as orientações de nossos médicos, vamos tentar essa caridade e zelo pela vida", orientou dom Orlando Brandes, arcebispo de Aparecida, aos encerrar sua homilia de Páscoa neste domingo, 12.
O santuário está fechado há quase um mês, depois que uma ação do Ministério Público foi acatada pela Justiça, proibindo celebrações com público no local, a fim de evitar a proliferação do coronavírus. Apenas visitas estão permitidas.
Silvio da Silva, 61 anos, empresário da construção civil em São Carlos (SP), é um dos milhares de fiéis que acompanharam a celebração à distância. "Hoje, ao ver a igreja vazia, me senti triste. Estou acostumado a ver aquilo tudo lotado", comentou o devoto de Nossa Senhora, que desde 2004, em todo 12 de outubro, participa do dia dedicado à santa após viajar 400 quilômetros a pé até Aparecida.
Há três semanas isolado da família, Silvio tem se apegado ainda mais em sua fé. Esposa e filho estão em tratamento contra o câncer e vivem temporariamente na casa da filha. A tecnologia tem amenizado um pouco da saudade. Todos os dias usam o telefone celular para ouvir e ver esposa e filhos. "O que me conforta disso tudo é a igreja, se não tiver fé aí desmorona tudo", conta
Em Aparecida, ao fim da celebração especial da Páscoa, o arcebispo levou uma imagem de Nossa Senhora Aparecida para o lado externo da igreja, onde pediu a bênção da Santa a todo o País. O ato se assemelha às celebrações feitas pelo Papa Francisco no Vaticano nesta Páscoa.