O número de pacientes hospitalizados com síndrome respiratória aguda grave (SRAG) no Brasil em fevereiro e março está dez vezes maior do que a média histórica. A explosão de casos coincide com a chegada do Covid-19 em território nacional e, segundo especialistas, é a causa mais provável para o drástico aumento.
De acordo com um levantamento feito pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aproximadamente 2.250 leitos de hospitais públicos e privados estavam ocupados até sábado (21/03) por doentes apresentando sintomas de gripe forte, como tosse, febre e dificuldade para respirar — os mesmos que indicam a infecção pelo novo coronavírus. O levantamento faz parte dos trabalhos do sistema InfoGripe, responsável por monitorar as notificações de SRAG no Brasil e criando em 2009, em meio a epidemia do H1N1.
A maior parte dos casos se concentra em São Paulo, com mais de 1,2 mil internações. Em relação ao mesmo período do ano passado, a ocupação aumentou em 30%. O maior pico, segundo o coordenador do InfoGripe, Marcelo da Costa Gomes, ocorreu nas últimas semanas, fazendo com que os números de fevereiro e março cheguem a ser quatro vezes maior do que em épocas sazonais de gripe.
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No entanto, as ocupações não podem ser atribuídas somente aos infectados pelo Covid-19. O vírus Influenza e outros coronavírus também podem desencadear um quadro de síndrome respiratória grave e fazem parte da rede sentinela. A tendência, com a chegada do período sazonal das gripes é que a demanda por leitos suba ainda mais.