Brasil

Mandetta: se não fizermos nada no sistema de saúde, vamos colher colapso

O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que o Sistema Único de Saúde (SUS) têm tumultos e pontos de problema, mas não está em colapso, e que o governo está atuando de forma a preparar a rede para o crescimento dos casos confirmados da covid-19. "Nós temos muitas forças. Se nós não fizéssemos nada, se não aumentássemos a nossa capacidade instalada, se nós ficássemos parados, olhando, nós teríamos um mega problema, porque esse sistema, do jeito que ele vem, sem fazer nada, você colhe um colapso", afirmou, em entrevista coletiva concedida no Palácio do Planalto, ao lado do presidente Jair Bolsonaro. "Nosso sistema ainda aguentaria, mesmo com a capacidade instalada normal, por volta de 30 dias." Mandetta teve que fazer o esclarecimento após ter dito, mais cedo, que o sistema entraria em colapso até o fim de abril em razão da pandemia do novo coronavírus. "Claramente, em final de abril nosso sistema de saúde entra em colapso. Colapso é quando você tem dinheiro, mas não tem onde entrar (nos hospitais)", afirmou. Na entrevista concedida há pouco, Mandetta disse que problemas nos sistemas de saúde, como emergências superlotadas, existem no mundo todo. Ele afirmou que o SUS é forte, tem capilaridade nacional e conta com 46 mil equipes de saúde de família, que atendem milhões de brasileiros. "Teve gente que falou que o SUS está sempre em colapso, gente que diminui nosso sistema de saúde", disse, em defesa do SUS. O ministro disse que o governo está trabalhando duro para ampliar leitos e centros de tratamento intensivo em diversas cidades. "A Itália não teve tempo de fazer, mas estamos ampliando semana a semana. O sistema pode inflar, crescer, temos espaço, mas precisamos garantir equipamentos, luvas", disse. O ministro ressaltou ainda que a Itália, um país de primeiro mundo e que tem um sistema de saúde mais organizado que o brasileiro, suportou a pandemia por um tempo muito baixo devido à grande quantidade de idosos no país. Nesse sentido, o ministro manifestou preocupação com o Estado do Rio Grande do Sul, que também tem alto índice de população idosa, enquanto no Amazonas a população é mais jovem e também tem menos casos. "Somos um continente", disse, ressaltando que as medidas devem ser coordenadas em todo o País.