Brasil

Medidas de contenção em direções contrárias

Os dois estados que concentram mortes no Brasil atualizam e enrijecem diariamente as medidas para tentar conter o novo coronavírus. Tanto no Rio de Janeiro quanto em São Paulo, há determinação para fechamento de academias, shoppings e comércios, além da recomendação para evitar a realização de missas e cultos religiosos presencialmente. No estado paulista, as medidas valem para a capital e região metropolitana. 

O governador do Rio, Wilson Witzel, publicou, ontem, um novo decreto para restringir a circulação nas vias, portos e aeroportos fluminenses. O texto determina que, a partir de amanhã, estão suspensos os voos nacionais de estados com casos de infectados e todos os voos internacionais. A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) ainda precisa ratificar. Em terra, nenhum ônibus de fora do Rio poderá entrar na capital.

As medidas divergem das adotadas em São Paulo, onde não há restrição para circulação de transportes públicos, tampouco uma diminuição de veículos e horários para acesso. 

"Há uma pressão muito grande, mas isso não pode acontecer, sob pena total de um colapso de desabastecimento. Pedimos que não haja bloqueios dos aeroportos, portos e vias porque são eles que viabilizam o transporte de medicamentos e alimentos, bem como de pessoas que trabalham em hospitais, postos, farmácias, supermercados", explicou o governador João Doria. 

Facilidades
Para além das decisões visando diminuir as aglomerações, os governos locais têm estabelecido benefícios para amenizar os impactos da crise econômica agravada pelo coronavírus. No estado fluminense, a Companhia Estadual de Água e Esgoto (Cedae) poderá prorrogar o vencimento das faturas de água e esgoto dos meses de março e abril em 60 dias, após o vencimento. Já em São Paulo, Doria anunciou a isenção da taxa social nas contas de água para os próximos três meses. A medida beneficiará 560 famílias. 

O Governo de São Paulo também anunciou um acordo feito com supermercados para que estes vendam álcool em gel a preço de custo. O custo do produto, que é um dos principais itens de higiene na prevenção ao coronavírus, subiu em todos os locais. “A partir de 23 de março, supermercados venderão o produto com margem zero. Nenhum valor adicional”, disse  Doria. A medida ainda não vale para o álcool em gel vendido em farmácias, mas inclui os supermercados do estado. (MEC E BL)