A medida foi descrita como geral para os estados. Segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, os organizadores ou responsáveis pelos eventos devem cancelar ou adiar, se houver tempo hábil. "Não sendo possível, recomenda-se que que o evento ocorra sem público", pontuou.
A medida também vale para cruzeiros turísticos, que devem ser adiados durante o período de emergência em saúde pública.
Wanderson explicou que o objetivo das medidas não farmacológicas sugeridas pelo Ministério da Saúde servem para reduzir a velocidade da tranmissão do novo coronavírus. "São recomendações para reduzir o contato social e reduzir a velocidade da transmissão e manter o serviço de saúde ativo porque continuamos tendo dengue, cirurgias, acidentes de trânsito e não só o novo coronavírus", afirmou.
De acordo com o secretário, cada gestor deve adaptar as recomendações para a realidade de cada estado e município.
Outra recomendação direcionada para os cidadãos, já citada anteriormente pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, é alterar a forma de saudação e cumprimento das pessoas. "Em vez de um aperto de mão, um beijo ou abraço, uma cotovelada têm menos probabilidade de expor você a vírus respiratórios", diz o documento exposto na videoconferência.
Transmissão local x transmissão comunitária
A apresentação também dividiu algumas sugestões para estados com transmissão local e comunitária. Até o momento, apenas São Paulo e Rio de Janeiro têm transmissão comunitária. Já o estado da Bahia tem transmissão local.
Em locais com transmissão local, recomenda-se que idosos e doentes crônicos restrinjam o contato social, ou seja, evitem viagens, cinema, shopping, shows e demais locais com aglomeração de pessoas.
Em locais com transmissão comunitária, as medidas são mais rígidas. A pasta incentiva a realização de reuniões virtuais e o trabalho remoto (home office), se possível. Para as instituições de ensino, o planejamento da antecipação de férias, visando reduzir o prejuízo do calendário escolar, é uma das medidas sugeridas. O uso de ferramentas de ensino a distância também é uma delas.
Nos locais com transmissão comunitária, caso se atinja 80% da ocupação dos leitos de UTI, dedicados para o Covid-19, deve-se avaliar a possibilidade de declaração de quarentena em determinada localidade. "É a estratégia mais delicada porque causa maior impacto econômico e social. Não queremos adotar essa estratégia apesar dela estar prevista na nossa lei", avaliou Julio Croda, diretor do Departamento de Imunização e Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.
Até o momento, há 77 casos confirmados do novo coronavírus, 1422 casos suspeitos e 1163 descartados. Não há nenhum óbito confirmado no Brasil. Ainda nesta sexta-feira (13/3), às 16h, o Ministério da Saúde faz uma nova atualização da situação nacional dos casos do Covid-19.