Brasil

Dia D de vacinação contra sarampo é realizado pelo Rio de Janeiro

Desde o dia 13 de janeiro, cerca de 700 mil pessoas foram imunizadas em todo o estado, o que corresponde a 23,3% da meta definida pelas autoridades sanitárias estaduais

O estado do Rio de Janeiro promove, neste sábado (7/3), o segundo Dia D de vacinação contra o sarampo este ano. A meta do governo estadual é vacinar durante a campanha, que começou em 13 de janeiro, 3 milhões de pessoas, entre seis meses e 59 anos de idade para evitar uma possível epidemia da doença.

“A gente corre o risco de ter no estado uma grande epidemia de sarampo. Seria muito prejudicial ter uma grande epidemia de sarampo sobreposta a uma eventual epidemia de corona [novo coronavírus], se ela chegar mais na frente”, diz o secretário de Estado de Saúde, Edmar Santos, que esteve, na manhã deste sábado no posto de vacinação montado na Praça do Leme, na zona sul da cidade do Rio.

Desde o dia 13 de janeiro, cerca de 700 mil pessoas foram imunizadas em todo o estado, de acordo com o governo do Rio de Janeiro, o que corresponde a 23,3% da meta definida pelas autoridades sanitárias estaduais. 

No total, estado do Rio de Janeiro registrou 658 casos de sarampo desde o ano passado, sendo 412 registrados em crianças com até 9 anos de idade. De janeiro até 3 de março, a Subsecretaria de Vigilância em Saúde da Secretaria de Estado de Saúde confirmou 196 casos de sarampo. 

Santos alertou que a situação do sarampo é mais alarmante que a do novo coronavírus, que tem recebido atenção em todo o mundo e que, no estado, registrou dois casos de infecção até o momento. “O sarampo está aqui, já matou paciente, infelizmente no nosso meio, diferente do corona, que todos estão preocupados, que ainda não chegou de uma forma de livre circulação”. 

O secretário convocou a população para que se vacine e traga seus filhos. “Se você tem dúvida se foi vacinado ou não, se vacine, não tem problema nenhum tomar uma dose a mais. O grande risco é não estar vacinado”, disse. “Se vacinar, se proteger, é um grande ato de cidadania antes de mais nada”. 

Vacinação 


Victor Hugo Silva, 21 anos, foi informado pelo chefe da campanha de vacinação e aproveitou o sábado para ir ao posto do Leme. “Não conheço ninguém que teve sarampo e não faço ideia do que seja a doença, mas acho importante me vacinar. Assim que fiquei sabendo [da campanha], vim”, diz. 

Alexandre Sales, 46 anos, também tomou a vacina. O restante da família, a mãe dele e os filhos, já haviam se vacinado. “Achei importante tomar a vacina. Está tendo um surto. Pessoas estão tendo sarampo. É importante vacinar, não pode deixar passar”, defende.

A doença


O sarampo é uma doença altamente contagiosa, transmitida por meio da fala, da tosse e do espirro. Os principais sintomas são mal-estar geral, febre, manchas vermelhas que aparecem no rosto e vão descendo por todo o corpo, tosse, coriza e conjuntivite. A vacina é fornecida pelo Ministério da Saúde e está disponível gratuitamente em postos de saúde municipais de todos os 92 municípios fluminenses.

De acordo com a Secretaria de Estado de Saúde, pessoas que apresentarem doenças agudas febris moderadas ou graves recomenda-se adiar a vacinação até modificação do quadro com o intuito de não se atribuir à vacina as manifestações da doença. Também não é indicado o imunizante a quem recebeu imunoglobulina, sangue e derivados, transplantados de medula óssea, e também a quem apresenta alergia ao ovo e gestantes.

Campanha na capital 


Na cidade do Rio, mais de 370 pontos de vacinação vão funcionar das 8h às 17h, incluindo as 233 unidades de Atenção Primária, que são as clínicas da família e centros municipais de saúde, e 140 postos extras. Na capital, a meta para o Dia D é vacinar 60 mil pessoas com idade entre 6 meses e 59 anos.

“A vacina é gratuita e não dói. Convidamos toda a população até 59 anos para que tomem a vacina. Principalmente aqueles entre 15 e 29 anos, onde há o maior risco de contágio”, disse o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, que participou da abertura do Dia D no Centro Municipal de Saúde Carlos Figueiredo Filho, no Borel, na zona norte da cidade. 

Apenas em janeiro e fevereiro deste ano, o município do Rio teve 90 casos confirmados de sarampo, contra 114 registrados ao longo de todo o ano de 2019. Atualmente, mais 468 casos suspeitos estão em investigação.