Brasil

Sobe para 13 o número de casos confirmados de novo coronavírus no Brasil

A Bahia confirmou o primeiro caso nesta sexta-feira e São Paulo agora conta com 10 pacientes diagnosticados

Correio Braziliense
postado em 06/03/2020 16:23

Passageiros circulam no Aeroporto de Guarulhos em São Paulo: estado tem 10 casos confirmadosO número de casos confirmados do novo coronavírus no Brasil subiu para 13 de acordo com atualização feita pelo Ministério da Saúde nesta sexta-feira (6/3). Até a segunda-feira, o Brasil tinha oito casos confirmados.  


Dos cinco novos casos, quatro foram identificados em São Paulo, onde o número subiu de seis para 10 em um dia. Os outros três casos foram registrados no Rio de Janeiro, no Espírito Santo e na Bahia, que teve o primeiro caso confirmado nesta sexta-feira.

 

De acordo com a pasta, os cinco novos casos confirmados são importados, ou seja, são de pessoas que chegaram de viagens para fora do país. Há casos de pacientes que viajaram para Itália, Reino Unido e Estados Unidos. O caso da Bahia, por exemplo, é de uma mulher de 34 anos, moradora de Feira de Santana, que retornou na Itália, em 25 de fevereiro. A paciente visitou as cidades de Milão e Roma e manifestou os sintomas depois de chegar ao Brasil. 

 

Todos os casos confirmados - menos o da paciente de 13 anos que permanece assintomática - estão em isolamento domiciliar. O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, afirmou que será necessário fazer algumas mudanças na maneira de como o país lida com o vírus. “Chegamos em uma fase em que a orientação de fazer nexo com o país de transmissão no caso de um país como o Brasil não faz mais sentido”, disse Mandetta. 

 

“A partir de agora, vamos fazer nexo de viagem do exterior chegando ao Brasil. São 198 voos internacionais que chegam ao Brasil por dia. Com esses números, não vamos mais pedir que as pessoas façam o nexo por país, mas sim de viagem internacional voltando ao Brasil”, completou.  

 

O diretor do departamento de imunização e doenças transmissíveis, Júlio Croda, explica que a medida facilita a vigilância de saúde para classificar esses casos como suspeitos ou excluídos. “Não precisamos ficar checando em que país estava, fica mais fácil e isso produz mais eficiência para o sistema”, destaca. 

 

Mandetta disse ainda que medidas que reforçam a atenção básica devem ser tomadas na próxima segunda-feira para auxiliar o enfrentamento do novo coronavírus. “A porta de entrada é pela atenção básica. Na segunda-feira, a gente deve editar novas medidas de reforço da atenção primária, para abertura em horários estendidos, para o chamamentos de médicos para esse programa Mais Médicos”, afirmou. 

 

Além disso, uma portaria que disciplina a lei que fala de isolamento domiciliar deve ser publicada pela pasta e a habilitação de UTI’S também foi mencionada pelo ministro. Mandetta também afirmou que o presidente Jair Bolsonaro irá fazer um pronunciamento para tranquilizar a população. A mensagem, de aproximadamente quatro minutos, será exibida em rede nacional nesta sexta, às 20h30. 


O número de casos suspeitos no Brasil também continua a crescer. Até o momento, 768 casos são considerados suspeitos e aguardam exames para serem descartados ou não.

Entre eles, está o de uma moradora de Brasília, que está internada no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) e teve um primeiro teste, feito por laboratório particular, com resultado positivo. A contraprova que confirmará ou não a doença será feita em São Paulo. No Brasil, 480 já foram descartados. 

Transmissão local

Na segunda-feira, o Ministério da Saúde confirmou que dois dos novos casos de São Paulo pegaram o vírus a paritr do primeiro paciente confirmado no país, um homem de 61 anos, que viajou para Itália. Segundo a pasta,  no Brasil.

 

De acordo com o último boletim divulgado ontem pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nas Américas, somente Canadá, Estados Unidos e Equador estão na lista de países com transmissão local. No último boletim, o Brasil ainda é classificado como um país que só tem casos importados, mas o país deve mudar de patamar em nova atualização feita pela OMS. 

 

O ministério reforça ainda que não há transmissão comunitária dentro do país, já que esse tipo de transmissão ocorre quando não se consegue mais identificar onde se originou a transmissão do vírus de determinado caso confirmado. No entanto, Julio Croda, acredita que isso pode acontecer brevemente. 

 

“Não temos essa confirmação de transmissão comunitária no Brasil e isso muito provavelmente isso deve ocorrer nos próximos dias. Não temos como precisar quando. Mas acreditamos que deve ser uma questão de dias mesmo porque existe diversos relatos de pacientes que são assintomáticos que podem transmitir o vírus”, indicou.

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