A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) afirmou que não há "evidências" de que os estoques de medicamentos no Brasil estejam sob risco "iminente" de desabastecimento por prejuÃzos causados pelo novo coronavÃrus na cadeia produtiva da indústria farmacêutica.
O órgão disse que está em contato com empresas que detêm registros de medicamentos no Brasil. A ideia é agir rapidamente em casos de possÃveis desabastecimentos. "Todas as associações representativas da indústria farmacêutica já foram contatadas pela Anvisa para o envio de dados sobre estoque de medicamentos e eventuais riscos de desabastecimento", declarou a agência, em nota à imprensa.
O avanço do novo coronavÃrus ligou o alerta na indústria e em governos por possÃveis interrupções do fornecimento de medicamentos ou de insumos para a produção de remédios, especialmente vindos da China e Ãndia. Mais de 90% dos Insumos Farmacêuticos Ativos (IFAs) usados no Brasil são importados, sendo boa parte destes paÃses.
A Anvisa se reuniu na quarta-feira, 4, com representantes da indústria farmacêutica para confirmar que não há risco "iminente" de falta de medicamento. "Como encaminhamento, foi definido que as associações manterão canal aberto com a Anvisa sobre a real situação dos estoques das empresas, a fim de evitarmos um potencial risco de desabastecimento de medicamentos no Brasil", afirma a agência.
O órgão afirma que, se preciso, adotará medidas de para atender casos especÃficos de falta de medicamentos ou insumos para a produção. "Portanto, a Anvisa adotará medidas de otimização regulatória para atender casos especÃficos, mantendo a qualidade, segurança e eficácia dos produtos, e, em eventual hipótese de desabastecimento em razão da epidemia de CoronavÃrus, poderá tomar as devidas providências."
A agência definiu ainda que editará uma resolução para "racionalizar" certificações exigidas para registros de medicamentos e produtos para a saúde no Brasil, prevendo demanda pelo coronavÃrus.
Como o Broadcast/Estadão mostrou, a indústria de medicamentos afirma que não teve a cadeia produtiva impactada pelo novo coronavÃrus, mas a situação "preocupa". As entidades dizem ter ligado o alerta para a possibilidade de insumos para produção ou pressão sobre preços.
"As nossas associadas, e quase todas as empresas do setor, estão obviamente fazendo mapeamento dos seus estoques e checando como o fornecimento pode ser afetado. É lógico que a preocupação é grande, mas não posso dizer pontualmente quais seriam os ativos (prejudicados)", disse a presidente da ProGenéricos, Telma Salles.
"O que preocupa é uma corrida à s farmácias por notÃcias de suposto desabastecimento. Aà vai ter mesmo uma falta de medicamentos", afirmou o presidente do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma), Nelson Mussolini.