O Brasil continua com um caso confirmado de coronavírus. Outros 182 estão sob investigação e 71 foram descartados. O balanço, segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, só será oficialmente atualizado na segunda-feira (2/3), devido ao grande aumento de suspeitas.
"As secretarias estaduais de saúde ficarão responsáveis pelas análises dos próprios casos. Precisamos de um tempo para consolidar, validar, checar e garantir que a informação está precisa, completa e objetiva", justificou Oliveira.
"As secretarias estaduais de saúde ficarão responsáveis pelas análises dos próprios casos. Precisamos de um tempo para consolidar, validar, checar e garantir que a informação está precisa, completa e objetiva", justificou Oliveira.
Somente casos que se enquadrem nos critérios de análise estipulados pela pasta serão enquadrados como suspeitos. Para isso, o paciente precisa apresentar febre somada a um outro sintoma de gripe — como tosse, coriza, dor de cabeça e dificuldade para respirar. Além do fator sintomático, é necessário ter vindo de um dos 16 países incluídos na definição de casos. São eles: China, Austrália, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Camboja, Filipinas, Japão, Malásia, Vietnã, Singapura, Tailândia, Itália, Alemanha, França, Irã, e Emirados Árabes.
Vacinação contra a gripe
O Ministério da Saúde também informou mais detalhes da Campanha de Vacinação Contra a Gripe, antecipada para 23 de março. O Instituto Butantan produziu 75 milhões de doses que previne contra os três tipos de vírus de influenza. As doses serão divididas em fases. Na primeira, 18 milhões serão distribuídas as gestantes, crianças até seis anos e mulheres até 45 dias após o parto.
Na segunda fase, os idosos serão atendidos com cerca de 25 milhões de doses. E na terceira e última fase, outros grupos, como forças de segurança, poderão se vacinar. Além disso, o ministério adquiriu 2,5 milhões de doses monovalente de vacina contra a H1N1 para situações de emergência.
Epidemia ou Pandemia?
Ainda nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) elevou o risco da epidemia para “muito alto”, o maior possível. De acordo com o último boletim divulgado pelo Ministério da Saúde, 46 países já tiveram casos confirmados do coronavírus. Apesar de ter elevado o nível, a OMS não declararam uma pandemia da nova doença.
De acordo com infectologistas, uma pandemia pode ser declarada quando há o aparecimento de surtos simultâneos em diversas regiões do mundo. Para Wanderson de Oliveira, o novo vírus deveria estar sendo tratado de forma expandida pela OMS. “Essa pandemia já deveria estar sendo tratada de forma mais ampliada do que tem sido a orientação da OMS”, afirmou o secretário.
Wanderson explicou que a mudança de classificação para uma pandemia ajudaria no controle da doença. “O ministro tem reiterado a necessidade de uma revisão do critério de epidemia e pandemia porque essa mudança vai implicar em uma redução de busca de relação com o local provável de infecção e vai nos permitir focar principalmente nos grupos etários mais vulneráveis, que são adultos acima de 60 anos”, explicou.