Uma semana após o início dos motins de policiais militares no Ceará, pela falta de acordo com o governo estadual referente ao novo plano de reestruturação salarial, a Secretaria de Segurança Pública contabiliza 170 assassinatos desde o dia 19, quando PMs ocuparam os batalhões e cruzaram os braços. Os números englobam os casos que se enquadram como homicídio doloso/feminicídio, lesão corporal seguida de morte e latrocínio.
Para reforçar a segurança nas ruas, 2,5 mil soldados do Exército e 300 homens da Força Nacional atuam na capital, Fortaleza, e interior do estado. O trabalho efetivo das tropas começou no último domingo.
Após o início da Garantia da Lei e da Ordem (GLO), comandada pelo general Cunha Mattos, comandante da 10ª Região Militar do Exército, o estado registrou uma diminuição no número de crimes. Desde a paralisação dos policiais militares, o dia mais violento do ano, foi na última sexta-feira, com 37 assassinatos.
Ainda de acordo com a Secretaria de Segurança, 43 policiais militares estão presos. Deles, em 38 se apresentaram espontaneamente e cinco foram presos. Outros cinco, se apresentaram e justificaram suas ausências no trabalho e foram liberados.
Os nomes de 61 militares da Polícia Militar do Ceará (PMCE) foram publicados em Boletim do Comando-Geral, em razão de deserção especial, quando o militar deixa de apresentar-se na força em que serve, uma infração contida no Código Penal Militar, no artigo 190, que prevê pena de detenção de até três meses.