A lista do Ministério da Saúde com as localidades sob alerta de transmissão do novo coronavírus dobrou. Itália, Alemanha, França, Irã, Emirados Árabes, Austrália, Filipinas e Malásia foram incluídos no último balanço, divulgado ontem. Agora, 16 países estão no rol de atenção especial da vigilância sanitária brasileira. Além da China, epicentro do Covid-19, já estavam no rol Japão, Cingapura, Coreia do Sul, Coreia do Norte, Tailândia, Vietnã e Camboja.
Na prática, passageiros vindos das regiões e apresentando sintomas da doença serão enquadrados nos casos suspeitos. Nos aeroportos e terminais marítimos, uma análise clínica poderá ser feita no desembarque e, caso haja elementos para que a hipótese se mantenha, a pessoa será encaminhada ao hospital. Até a última sexta-feira, apenas pacientes que estavam na China ou tiveram contato com pessoas de lá eram incluídas na lista de possíveis infectadas. Além do fator regional, era necessário manifestar febre e pelo menos mais um sintoma gripal, como tosse ou falta de ar.
A expectativa do Ministério da Saúde é de que, com a atualização, o número de casos suspeitos aumente nos próximos dias. De acordo com os dados mais recentes, quatro casos são investigados por possível infecção pelo novo Covid-19: dois vindos do Japão, um da Tailândia e outro, da China. Outros 54 registros já foram descartados.
Mesmo sem nenhum caso confirmado da presença do vírus, o Brasil vive em estado de emergência nacional. O objetivo, segundo o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, é conter a transmissão e preparar a rede para a época de maior frequência de síndromes respiratórias, prevista para abril. “Visamos ampliar a capacidade de detecção, capacitar o sistema, adquirir insumos, preparar profissionais da saúde e mobilizar toda a sociedade. Esta primeira fase é de contenção”, detalhou.
A licitação para a compra de luvas, máscaras e outros insumos, com foco no combate ao Covid-19, está em fase final de contratação. Está em andamento, também, a aquisição de mil leitos de UTI para abastecer hospitais habilitados a receber possíveis futuros casos graves da infecção. O planejamento do ministério é distribuir os equipamentos em pacotes de 10.
Proibir o trânsito de passageiros vindos dos países sob alerta não será adotado. “Pelas nossas experiências, medidas de barreiras são desaconselháveis, até porque muitos casos são transmitidos sem sintomas. Trabalhamos para aumentar a capacidade de detecção”, explicou o secretário de Vigilância em Saúde. Por enquanto, há recomendação para restrição de viagens apenas para a China, onde foram confirmados mais de 77,2 mil casos.
Na Europa, a Itália toma medidas drásticas para tentar conter o novo coronavírus. Sete mortes foram confirmadas no país e mais de 220 casos deram positivos para a infecção. No domingo (23), as autoridades italianas decretaram quarentena, isolando mais de 50 mil pessoas. Wanderson de Oliveira afirmou haver brasileiros sob o regime de contenção, mas não informou se um repatriamento nos moldes da Operação Regresso seria uma possibilidade.
“Na Itália, temos uma facilidade maior de trânsito e comunicação. Acho pouco provável, mas é uma decisão que cabe à Presidência da República, uma avaliação conjunta”, disse. Ainda não há a contabilização de quantos brasileiros estão sob quarentena na Itália.
Apesar das medidas italianas, a Comissão Europeia afirmou não haver uma situação de emergência no bloco e pediu que medidas extremas fossem articuladas com os demais membros do bloco. De acordo com os últimos dados divulgados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), o coronavírus já matou mais de 2,6 mil pessoas pelo mundo, estando 99% das fatalidades concentradas na China.
- Previna-se
» Lave as mãos com água e sabão ou use álcool em gel
» Cubra seu nariz e boca com lenço ou com a dobra do cotovelo ao tossir ou espirrar
» Evite contato próximo com pessoas resfriadas ou com sintomas parecidos com o de gripe
» Cozinhe completamente ovos e carnes
» Evite contato desprotegido com animais selvagens ou de fazenda
Fonte: Ministério da Saúde