O caso gerou revolta na população local e levou o Ibama a emitir uma nota de esclarecimento ontem. A nota afirma que os agentes do Ibama e os policiais militares ambientais que identificaram a área de desmatamento ilegal de Rorainópolis foram recebidos a tiros pelos madeireiros, o que levou os policiais a reagirem - os agentes do Ibama envolvidos no caso estariam desarmados, segundo a Associação dos Servidores Ambientais Federais (Ascema). "No confronto, um dos infratores foi baleado e imediatamente levado ao hospital municipal", afirmou o Ibama.
A Ascema lamentou o ocorrido, mas reforçou que a reação foi necessária para "cessar a agressão" dos madeireiros. "As informações dos agentes do Ibama envolvidos na ação são de que a Polícia Ambiental cumpriu seu papel de proteger a vida dos integrantes da equipe, que se encontravam em risco, e assim esperamos continuar essa parceria", disse.
De toda forma, tanto a Ascema, quanto o Ibama defenderam a investigação do caso de Rorainópolis. O Ibama informou que já "foram adotados os procedimentos investigativos competentes junto à Polícia Federal (PF)". E a Ascema disse que, embora o combate ao desmatamento ilegal na Amazônia seja de vital importância para o Brasil e para o mundo, não deseja que a região "se transforme numa zona de guerra".
A associação, contudo, disse que esse caso comprova que há um "crescente acirramento da tensão" na Amazônia. É algo que, segundo a Ascema, tem aumentado a agressividade dos conflitos na região e reflete o incentivo político ao cometimento de crimes ambientais. “Por fim, ratificamos nosso compromisso constitucional com o cumprimento das leis ambientais e com os princípios do desenvolvimento sustentável", concluiu a Ascema.