Em menos de uma semana, entre os dias 24 e 29 de janeiro, já foram confirmadas 54 mortes em ocorrências durante as chuvas no estado. Se somar desde o início do período chuvoso, em outubro do ano passado, o número vai para 65.
O último caso registrado pela Defesa Civil foi a morte de um homem no desabamento de parte de uma casa em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Só que o número já aumentou, pois os bombeiros localizaram, no final da manhã desta quarta-feira (29/1), o corpo de uma mulher que estava desaparecida depois que um alagamento abriu a pista da MG-133, em Tabuleiro, na Zona da Mata. A vítima estava em um carro que foi arrastado pela correnteza.
Na noite de ontem, Belo Horizonte viveu horas de caos. A tempestade alagou ruas, arrastou carros e motos, invadiu lojas e restaurantes e provocou a queda de parte do teto do BH Shopping, gerando prejuízos. Em apenas três horas choveu 175,6 milímetros na Região Centro-Sul, a mais atingida pela tempestade. Segundo a Defesa Civil, a precipitação nessa região entre 19h e 22h10 corresponde a 53,5% da média histórica de 329 milímetros esperado para os 31 primeiros dias do ano.
[SAIBAMAIS]O morador da capital mineira assistiu ainda, além da Centro-Sul, as regionais, Barreiro e Oeste virarem verdadeiros rios, arrastando carros, inundando estabelecimentos comerciais e causando danos no asfalto e nos bueiros da cidade. No Barreiro, caíram 132,8 milímetros, pouco mais de 40% da média de janeiro. Já no território Oeste, conforme a Defesa Civil, a quantidade de chuva atingiu 101,6 milímetros – 30,8% da média.
Os maiores estragos aconteceram na Região Centro-Sul, onde carros foram arrastados e restaurantes inundaram. Uma pastelaria localizada na Avenida do Contorno recebeu a água turva que vinha da rua. Os clientes se equilibraram em cima de mesas e cadeiras. Já os frequentadores do restaurante Olga Nur, em Lourdes, foram surpreendidos pela enxurrada causada pela chuva e assistiram a enchente carregar os veículos estacionados na rua.
Na Avenida Cônsul Cadar, a chuva alagou o Shopping São Bento, localizado no bairro de mesmo nome, um dos mais atingidos pela precipitação. Após a chuva, o cenário era de destruição. A Praça Marília de Dirceu, onde mora o prefeito Alexandre Kalil, ficou totalmente destruída, com placas de asfalto arrancadas pela força da correnteza e carros empilhados. A mesma cena destruição se repetiu em outras avenidas, com a Prudente de Morais.
Outro centro de compras prejudicado pela tempestade foi o BH Shopping, no Belvedere. Parte do teto do estabelecimento desabou, assustando os consumidores, mas ninguém se feriu. Ali perto, um novo deslizamento na BR-356, na altura da curva do Ponteio Lar Shopping, interditou parte da via. Um dos principais pontos turísticos de Belo Horizonte, o Mercado Central foi atingido pela forte chuva. Um vídeo de um dos moradores da região mostra a entrada do centro comercial completamente alagada. O registro indica altura elevada da água na Avenida Augusto de Lima e na Rua Santa Catarina.
Barreiro
Danos também no Barreiro e no Oeste da cidade. Na primeira região, a Avenida Olinto Meireles ficou alagada e invadiu um posto de combustível. Motoristas tiveram que conduzir seus carros até o canteiro central da via para evitar maiores danos. Já no segundo território, as avenidas Mário Werneck e Úrsula Paulino inundaram, invadindo prédios e lojas. A chuva também refletiu em Nova Lima, na Grande BH, onde ruas e avenidas foram alagadas.
Na noite de ontem, a Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (Cedec) divulgou novo boletim sobre as vítimas da chuva das últimas semanas em Minas Gerais. Segundo o órgão, mais cinco óbitos, em Divinópolis (Centro-Oeste), Olhos D'Água (Vale do Jequitinhonha) e três em Luisburgo (Zona da Mata), foram confirmados. Com a morte em Nova Lima, o número de mortos desde quinta-feira aumentou para 53. No período chuvoso como um todo, isto é, desde outubro, 64 pessoas perderam a vida pela soma entre a força das águas e a falta de infraestrutura das cidades do estado.