Diante do iminente risco de infecção pelo coronavírus no país, Jair Bolsonaro afirmou não ser “oportuno” retirar das Filipinas uma família de brasileiros, suspeita de ter contraído o agente, depois de passar por Wuhan. A filha de 10 anos do casal apresentou sintomas e, por precaução, pai e mãe também foram internados. A posição do presidente, de não trazer a família e de não propor a retirada de brasileiros que moram na cidade chinesa — como outros países pretendem fazer —, está alinhada com a recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
“Tem uma família na região lá onde o vírus está atuando. Não seria oportuno retirar de lá, com todo o respeito. É o contrário. Não vamos colocar em risco nós aqui por uma família apenas”, destacou o presidente.
Sem querer constranger o governo chinês, Bolsonaro manifestou o desejo por informações transparentes sobre a contaminação. “A gente espera que os dados da China sejam reais, só isso de pessoas contaminada. Se bem que são bastante. Mas a gente sabe que esses países são mais fechados no tocante a informações”, ponderou.
Uma ampla desocupação, organizada por diferentes nações, abre a possibilidade de o coronavírus se disseminar, transformando a epidemia em uma pandemia. “A OMS está dando, no grau máximo, a possibilidade de esse vírus se espalhar pelo mundo. Já aconteceu na questão do H1N1 e em outros momentos da história. Então, temos que ficar preocupados”, disse o presidente, ao desembarcar da Índia.
Em visita a Pequim, capital chinesa, o diretor-geral da organização, Tedros Adhanom Gebreyesus, recomendou a não evacuação de estrangeiros da cidade. “Observamos que alguns países planejam organizar evacuações. A OMS não recomenda esse método”, declarou, em nota emitida pelo ministério das Relações Exteriores chinês. “Na situação atual, é preciso manter a calma, não é necessário reagir excessivamente”, acrescentou.