O Ministério da Saúde instalou ontem o Centro de Operações de Emergência (COE) – Coronavírus para atuar em possíveis casos que surgirem no Brasil. O nível de alerta é 1, em uma escala de 1 a 3. De acordo com a pasta, a instalação do COE é vista como uma precaução, pois o comitê é ativado sempre que existe um evento de impacto na saúde pública. Recentemente, foi instalado para os casos de sarampo e também no rompimento da barragem em Brumadinho.
Para o secretário substituto de Vigilância em Saúde, Júlio Croda, a avaliação de risco de propagação hoje do agente biológico é baixa. “Não sabemos, até o momento, a forma de transmissão. Por enquanto, o relato que chegou ao Ministério da Saúde é que existe uma transmissão restrita em familiares (de infecctados) e profissionais de saúde”, ressaltou.
O ministério informou que acompanha os episódios de contaminação, que surgiu em Wuhan, na China, desde 31 de dezembro passado. “O comitê é ativado constantemente e existem diferentes níveis. O nível que estamos agora é inicial, de alerta, justamente para organizar o serviço de saúde”, afirmou Croda. A pasta voltou a reafirmar que não existe nenhum caso suspeito confirmado no Brasil.
A pasta, porém, confirmou que recebeu a notificação de cinco casos, tratados como suspeitos pelas secretarias estaduais, mas já descartados por não se enquadrarem nos critérios utilizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS). O primeiro aviso veio do Distrito Federal, em 18 de janeiro. Os demais alertas vieram de Minas, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo.
Segundo a organização, para ser considerada uma possibilidade de coronavírus, além de ter apresentado febre e/ou sintomas respiratórios (como tosse e dificuldade para respirar), o paciente precisa ter viajado para Wuhan ou ter realizado contato próximo com algum caso confirmado ou suspeito do vírus, nos últimos 14 dias antes do início dos sintomas. A cidade chinesa é a única área com transmissão ativa do agente.
“Até o momento, não existe nenhum caso suspeito de coronavírus no Brasil, mas nada impede que essa definição seja atualizada. Nossa recomendação para os gestores de saúde é de que leiam o boletim epidemiológico para saber como enquadrar os casos”, acrescentou Croda.
Brumadinho: água de rio continua imprópria
Quase um ano depois do rompimento da barragem de Brumadinho (MG), a Fundação SOS Mata Atlântica voltou a analisar a qualidade da água do Rio Paraopeba, atingido pela tragédia, no início de 2019. Segundo a pesquisa, os indicadores de qualidade revelaram que continua imprópria e sem condições de uso por todos os 356km de rio percorridos. O resultado, de acordo com os estudiosos, era esperado, mas há aspectos que chamaram atenção: em nove pontos de coleta, a água passou de ruim para péssima, na comparação com o levantamento feito em 2019, após o rompimento. A explicação é de que as chuvas na região trouxeram de volta os contaminantes dos rejeitos.