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Laudo liga cerveja a doença misteriosa



A Polícia Civil e a Vigilância Sanitária de Minas acreditam ter desvendado o mistério em torno da doença que contaminou oito pessoas em Belo Horizonte, provocando a morte de uma delas. Em pronunciamento na noite de ontem no Instituto Médico-Legal (IML), as duas entidades informaram que perícia em amostras de cerveja encontrou substância tóxica compatível com os quadros clínicos desenvolvidos pelas vítimas, todas ligadas ao Bairro Buritis, na Região Oeste da capital mineira.

O composto orgânico dietilenoglicol, também conhecido como éter de glicol, usado no processo de refrigeração na indústria de cerveja, foi encontrado em dois lotes  do rótulo Belorizontina, da Cervejaria Backer. Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que, diante do laudo “que comprova a presença de substância tóxica em cerveja consumida por pacientes internados em estado grave, em Belo Horizonte” convocou a força-tarefa envolvida na investigação “para definição dos encaminhamentos médicos, epidemiológicos e da Vigilância Sanitária”.

Antes de divulgar o laudo, peritos da corporação vistoriaram a sede da empresa de bebidas artesanais, também localizada no Oeste de BH, no Bairro Olhos D’Água. “Nas duas amostras de cerveja encaminhadas lacradas pela Vigilância Sanitária do município de Belo Horizonte foi identificada a presença da substância dietilenoglicol em exames preliminares”, diz o laudo.

Fontes ouvidas pelo Estado de Minas garantem que lotes de Belorizontina produzidos entre outubro e dezembro do ano passado podem estar contaminados.

Apesar de a substância tóxica ter sido encontrada em garrafas do produto, a Polícia Civil ainda não crava que a contaminação tenha ocorrido na cervejaria. Isso porque ainda não há clareza sobre como o éter de glicol foi parar dentro das garrafas, que estavam lacradas ao serem recolhidas pelas autoridades.

Contudo, uma das medidas já tomadas pelas autoridades, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, é recolher todas as Belorizontinas ainda comercializadas nas três unidades de supermercado onde as cervejas contaminadas teriam sido compradas. Os estabelecimentos estão localizados nos bairros Cidade Nova e Buritis, ambos na capital mineira, e em Nova Lima, na Grande BH.