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Prefeitura lança edital para aumentar em 30% o número de radares em SP

Com objetivo de reduzir acidentes de trânsito, a gestão Bruno Covas (PSDB) lançou na quinta-feira, 19, o edital de licitação que prevê aumento de 30% do número de radares na cidade de São Paulo. De acordo com a Prefeitura, os contratos vão incluir, ainda, a manutenção do parque de fiscalização eletrônica que já existe na capital e têm custo estimado de R$ 1,3 bilhão. Atualmente há 890 radares em São Paulo, segundo a Prefeitura. Com a licitação, o número total de equipamentos deve subir para cerca de 1.160 - ou seja, 270 a mais. De acordo com a Secretaria de Mobilidade e Transportes (SMT), todos os novos serão fixos e a maioria deles terá tecnologia mais eficiente para autuar motos - hoje, as principais envolvidas em acidentes de trânsito com vítimas. Em 2018, foi a primeira vez que o número de motociclistas mortos superou o de pedestres no trânsito de São Paulo. Foram 366 vítimas em motos, ante 349 a pé. Ao todo, a capital registrou 849 óbitos nas vias. "A licitação da fiscalização eletrônica tem o objetivo de proporcionar um trânsito mais seguro para todos que utilizam o viário da cidade de São Paulo", afirma o secretário municipal Edson Caram. "Radares são uma ferramenta imprescindível, que contribui de maneira assertiva para o respeito dos limites de velocidade, reduzindo acidentes e salvando vidas." Além de fiscalizar velocidade nas vias, os novos radares vão fazer controle e multar outras infrações, como passagem em semáforo vermelho ou rodízio de veículos. A SMT afirma, no entanto, que o cronograma e os locais específicos de instalação ainda não foram definidos. Segundo a pasta, haverá prioridade para áreas com maior incidência de acidentes. A instalação também deve levar em consideração uma série de locais reivindicados pela população. Por meio da plataforma Vida Segura, uma consulta pública está aberta para sugestões de lugares que necessitariam de radar. Até o momento, foram feitas 138 contribuições que estariam sendo analisadas pela Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), de acordo com a Prefeitura. Todos os novos radares serão do tipo "pardal", segundo a administração municipal. Desde 2017, ainda sob a gestão João Doria (PSDB), a Prefeitura deixou de usar radares móveis. O argumento era de que os equipamentos eram difíceis de ser identificados pelos motoristas. Divididos em cinco lotes, os contratos terão validade de cinco anos. O prazo para as empresas interessadas apresentarem propostas se encerra em janeiro. Cada lote será arrematado pelo menor preço. Segurança O engenheiro e consultor de trânsito Sérgio Ejzenberg afirma que, de fato, há relação entre mais fiscalização e menos acidentes. "É tecnicamente comprovado", diz. Os resultados, porém, não seriam imediatos. "Eles começam a aparecer seis meses depois. É um processo social de acomodação de um padrão mais frouxo para um melhor." Ejzenberg pondera, ainda, que há tipos diferentes de radar e cada um cumpre uma função. No caso do "pardal", deve ser aplicado em trechos em que a velocidade máxima regulamentada não muda. "Quando há uma redução de velocidade na via, por mais que esteja sinalizado, o 'pardal' pode não ser visível. Não é eficiente e acaba servindo para arrecadação, a chamada indústria da multa." Para esses locais, diz o especialista, o mais adequado seria instalar lombadas eletrônicas. Já para combater o hábito de "acelerar entre radares", o ideal sãos os móveis, segundo Ejzenberg. "É preciso honestidade intelectual para enfrentar a questão da segurança no trânsito." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.