O número de praias, rios, ilhas e mangues atingidos por óleo continua aumentando e chegou a 772, segundo balanço divulgado na segunda-feira, 25, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Ao todo, ao menos 124 municípios de todos os nove Estados do Nordeste, do Espírito Santo e do Rio de Janeiro foram afetados por fragmentos ou manchas de petróleo cru desde 30 de agosto.
O balanço também indica que 21 localidades ainda estão com manchas de óleo, outras 455 têm fragmentos da substância e 296 são consideradas "limpas". Os pontos com mais de 10% de contaminação estão exclusivamente em Alagoas (5), na Bahia (12), no Piauí (1) e no Sergipe (3).
Dentre os locais ainda com óleo, 34 ficam na Área de Proteção Ambiental Costa dos Corais, maior unidade de conservação federal marinha costeira do Brasil, com cerca de 120 quilômetros de praias e mangues em Pernambuco e Alagoas.
Por Unidade Federativa, as localidades ainda oleadas se distribuem da seguinte forma: Bahia (213), Sergipe (65), Alagoas (49), Pernambuco (21), Rio Grande do Norte (15), Espírito Santo (85), Ceará (7), Maranhão (9), Paraíba (1) e Piauí (11).
Segundo o Ibama, o conceito de "localidade" utilizado no mapeamento "se restringe a uma área de um quilômetro ao longo da costa", isto é, uma praia com 10 quilômetros de extensão possui 10 localidades.
"Desde o início da primeira ocorrência de óleo, 772 localidades foram atingidas, em algum momento. Há 16 dias não são encontradas manchas de óleo no mar e, na última semana, 99% das ocorrências correspondem a vestígios de óleo nas praias atingidas", diz nota divulgada pela Marinha.
Em relação à fauna, ao menos 143 animais oleados foram identificados pelo Ibama. Os dados se referem especialmente a tartarugas marinhas (98) e aves (31). Nas redes sociais, a Fundação Mamíferos Aquáticos chegou a compartilhar imagens da recuperação de uma ave oleada encontrada em Maragogi (AL).
Pesquisadores apontam que o petróleo também foi encontrado no organismo de animais diversas, como mariscos e peixes. Eles também ressaltam que o impacto ambiental do óleo pode persistir por décadas.
A primeira mancha de óleo foi oficialmente identificada em 30 de agosto, no município de Conde, na Paraíba. Quatro dias depois, o material foi encontrado no segundo Estado, Pernambuco, na Ilha de Itamaracá. Em 1º de outubro, a Bahia foi o nono e último Estado do Nordeste a receber óleo, com a primeira mancha identificada na Mata de São João. Por fim, fragmentos são encontrados no Espírito Santo, desde 7 de novembro, e no Rio de Janeiro, desde 22 de novembro.
Ao todo, foram retiradas mais de 4,5 mil toneladas de petróleo e itens contaminadas com o óleo, tais como baldes e equipamentos de proteção.