O juiz Marcello Ovídio Lopes Guimarães, da 18ª Vara Criminal de São Paulo, concedeu habeas corpus e colocou em liberdade doze suspeitos de extorsão milionária contra um empresário do ramo de bitcoins. Entre os investigados estão cinco policiais civis, um tenente da Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), três soldados e três empresários.
A decisão beneficia os empresários Guilherme Aere e Marcelo Nogueira Chamma, os policiais civis Roger Hiroshi Toda, Tiago Antonio dos Santos Viana, Thomas Luiz Zan, Wailton Sena Rios e Geraldo Francisco Oliveira Sobrinho; o proprietário de estande de tiro Matheus de Souza Paula; os policiais militares Ramon Almeida da Silva, Davi Carlos de Souza Queiroz e Amauri Moreira da Silva e o tenente da Rota José Ricardo Nahrlich Júnior.
O caso ocorreu em junho, quando o empresário de bitcoins foi sequestrado por policiais e levado para o 73.º D.P. Ele foi acusado inicialmente de ser traficante de drogas e lavar dinheiro para organizações criminosas, mas os agentes revelaram que o levaram ali pois um dos clientes do empresário estava "descontente" com os serviços prestados por ele.
Os agentes cobraram do empresário R$ 2 milhões em troca de sua liberdade. Após convencer os policiais de que entregaria os valores, o empresário voltou a seu escritório e viabilizou a entrega de valores, que teria sido feita no próprio 73.º DP.
Após o ocorrido, o empresário alega ter sido abordado por um tenente da Rota, que o ameaçou dizendo que ele "ficaria famoso com as informações que constavam" em um envelope. Ele tentou negociar com os policiais e com o empresário que estaria comandando a extorsão, mas não teve sucesso.
O empresário dos bitcoins afirma que denunciou a trama por "temer riscos à sua vida e a de seus familiares".
Até o fechamento deste texto, a reportagem não havia obtido o posicionamento dos citados.