Jornal Correio Braziliense

Brasil

Desemprego: 65,2% no 3º trimestre


Apesar da taxa de desocupação no terceiro trimestre de 2019 cair 0,2% e ficar em 11,8%, no conjunto de meses que engloba julho, agosto e setembro, os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o desemprego entre negros e pardos continua maior do que entre os brancos. No período, 65,2% dos desocupados eram pretos ou pardos - brancos representavam 34%.

Pesquisadores não veem mudanças a curto prazo nessa situação. O professor de economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), Mauro Rochlin, explica que o dado não é algo relativo a conjuntura e ao momento do país. ;Acontece pelo menor acesso ao mercado de trabalho que esse grupo tem. Percebemos melhora nas taxas, mas as diferenças ainda são muito grandes.;

Ao analisar o recorte por gênero, também é possível notar que as mulheres têm uma taxa maior de desocupação (13,9%) do que os homens (10%), e em todas as regiões. No Centro-Oeste, atingem o maior percentual de desocupadas da população: são 54,8% das pessoas desocupadas. No Brasil, as mulheres representaram 53,3% da população desocupada no terceiro trimestre de 2019.

Aproximadamente 459 mil pessoas conseguiram ocupação no terceiro trimestre encerrado em setembro. A geração de empregos é explicada, em grande parte, pela informalidade: aumento de 2,9% no emprego sem carteira no setor privado, que chegou a 11,8% de empregados.

De acordo com a analista da pesquisa Adriana Beringuy, o processo de recuperação da redução da desocupação só foi mais intenso no Sudeste, e São Paulo foi o único estado em que a taxa recuou. Após registrar 12,8%, no segundo trimestre, o desemprego entre os paulistas caiu para 12%, no terceiro.