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ODia Mundial do Diabetes, comemorado ontem, tem como objetivo chamar a atenção da população para a doença, que atinge 463 milhões de pessoas no mundo, mas é considerada uma enfermidade silenciosa. No Brasil, 46% de pessoas entre 20 e 79 anos, atingidas pelo diabetes, não sabem que têm a doença. O número corresponde a cerca de 9 milhões de brasileiros. Os dados são do Atlas do Diabetes divulgado pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês).
O Brasil segue a tendência mundial. No planeta, há 232 milhões de pessoas que têm a doença, mas não sabem. Para a presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, Hermelinda Pedrosa, a informação é preocupante, já que o diabetes pode ter diversas complicações. ;O grande ponto do diagnóstico tardio acontece pela falta de uma campanha de diagnóstico precoce e de prevenção;, afirma.
Para a especialista, são necessárias políticas públicas na atenção básica. ;Isso tem de ser feito ao longo do ano, não somente no Dia Mundial do Diabetes. O diabetes não tem cura, mas tem controle. Com um diagnóstico precoce, o paciente pode até reverter a situação;, ressalta. De acordo com a endocrinologista, ;a doença não começa no dia em que é diagnosticada;. ;Essa doença está presente ali de nove a 12 anos de forma silenciosa;, diz.
A mortalidade atribuída à doença no Brasil, este ano, também chama atenção. São 135 mil óbitos de pessoas entre 20 e 79 anos atribuídos à enfermidade. ;Provavelmente, esse número é subestimado, porque a principal causa de morte no Brasil são doenças cardiovasculares, que, muitas vezes, são causadas pelo diabetes;, explica.
O estudo feito pela IDF compila dados da doença no mundo. Com 16,8 milhões de pessoas entre 20 e 79 anos com diabetes, o Brasil é o quinto colocado no ranking dos 10 países que mais têm portadores da enfermidade. China, Índia e Estados Unidos são os três primeiros colocados, respectivamente.
Em 2017, o Brasil ocupava o quarto lugar do ranking, com 12,5 milhões de pessoas diagnosticadas, mas a queda para o quinto lugar não foi em razão da redução de portadores da doença, já que houve crescimento de 31% em dois anos. O que levou o país a cair uma posição no ranking foi o intenso crescimento da doença no Paquistão, dono do quarto lugar da lista atualmente. Em 2017, a nação asiática tinha 7,5 milhões de pessoas com diabetes. O número, este ano, deu um salto, para 19,4 milhões.
A Federação Internacional de Diabetes estima que, em 2045, o Brasil terá 26 milhões de diagnosticados com a doença.