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Em entrevista concedida ao programa CB.Poder, parceria do Correio com a TV Brasília, na tarde de ontem, o presidente da Associação de Magistrados do Distrito Federal (Amagis), Fábio Esteves disse que ainda não há o que comemorar em relação a melhorias nas oportunidades para pessoas negras no Brasil.
Conforme ressaltou, ;nos últimos 15 anos, tínhamos aumentado o acesso dos negros ao ensino superior, mas a questão da empregabilidade e do acesso aos serviços públicos ainda continua em uma situação bastante preocupante para nós.; O magistrado destacou que a cada R$ 1 mil que um homem branco ganha, um negro ganha R$ 560 e uma mulher negra, R$ 440. Segundo ele, esses números são alarmantes e fazem o Mês da Consciência Negra (celebrado no próximo dia 20) ser um momento de discutir democracia, igualdade e raça, além de comemorar a cultura e a memória.
Fábio disse que falta punição e que as instituições de justiça têm um papel muito importante para cobrir nesse sentido. ;As pessoas dizem que falta educação, porém, evidentemente, muitas pessoas que são muito bem instruídas também acabam tendo atitudes racistas.; O presidente da Amagis citou casos de racismo que ganharam grande repercussão recentemente, tal como o que ocorreu com os brasileiros Dentinho e Taison, que jogam no futebol da Ucrânia.
;No sistema de justiça, temos vários aspectos para discutir sobre isso. A compreensão desses crimes fica comprometida se nós não tivermos, no âmbito do Judiciário, pessoas que representem essa população negra;, afirmou o magistrado.
* Estagiário sob a supervisão de Fabio Grecchi