Jornal Correio Braziliense

Brasil

Óleo não seria de navio grego


Uma organização americana especializada em análises do mar via satélite afastou suspeitas sobre o navio-tanque Bouboulina. A embarcação da empresa grega Delta Tankers é investigada pela Polícia Federal e pela Marinha nas apurações sobre o derramamento de petróleo no litoral brasileiro. Segundo a Skytruth, que reúne entre seus fundadores empresas e organizações como Google e Oceana, os dados sobre o percurso do navio não indicam comportamento atípico.

O presidente da Skytruth, John Amos, afirmou que, depois de analisar todas as informações divulgadas pelas instituições brasileiras e de confrontar os dados técnicos com as investigações feitas pela instituição, que está baseada em Novo México (EUA), concluiu que não há evidência efetiva de que o óleo teria sido derramado pelo Bouboulina. ;Não vemos por que (o navio) ser considerado a provável fonte de óleo que vem lavando as praias do Brasil desde o início de setembro;, disse.

As análises sobre a embarcação, segundo a Skytruth, mostram que o petroleiro transmitiu, de forma regular e sem interrupções, todas as informações de sua faixa de AIS (sigla de Automatic Identification System, um sistema de monitoramento de embarcações usado internacionalmente), depois que deixou o Porto de Jose, na Venezuela, onde teria abastecido seu tanque com uma carga de petróleo bruto.

;Alguns desses navios não transmitem consistentemente um sinal de rastreamento público, o que é uma violação do Direito Marítimo internacional, mas o Bouboulina transmitiu essas informações;, afirma Amos.

A Skytruth também questiona imagens de satélite divulgadas pelas investigações brasileiras, que mostrariam grande mancha de óleo na área pela qual o Bouboulina passou ao atravessar a costa. Na avaliação dos especialistas americanos, a imagem não indica óleo. A origem do poluente, para a empresa, segue desconhecida.