[FOTO1]O jornalista Augusto Nunes, comentarista do Jornal da Record, agrediu o jornalista americano Glenn Greenwald, um dos fundadores do The Intercept, com um tapa no rosto, nesta quinta-feira (7/11). A briga aconteceu ao vivo durante o programa Pânico na rádio da Jovem Pan.
"Nós temos muitas divergências políticas, eu não tenho problema nenhum em ser criticado pelo meu trabalho, eu critico ele também. Mas o que ele fez foi a coisa mais feia e suja que eu vi na minha carreira como jornalista", disse Greenwald sobre o comentário que Augusto Nunes fez sobre os filhos de Glenn com o deputado David Miranda (Psol-RJ). Em setembro, ele sugeriu que a Justiça deveria investigar a adoção das crianças.
Eles foram separados rapidamente, mas após o episódio, o apresentador Emílio Surita suspendeu o programa por 12 minutos. Na volta, Augusto tinha deixado a bancada, enquanto Glenn continuou sendo entrevistado.
No meio do vídeo, o jovem que aparece segurando Greenwald é André Marinho, filho de Paulo Marinho, empresário e suplente de Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) no Senado Federal. André é youtuber e foi responsável por traduzir a ligação que o presidente norte-americano Donald Trump fez ao então presidente eleito Jair Bolsonaro, em outubro do ano passado. A família Marinho recebeu o clã Bolsonaro durante a disputa pela Presidência, tornando sua residência, na Barra da Tijuca, uma espécie de estúdio para vídeos de Bolsonaro.
Repercussão
A troca de socos entre os jornalistas é um dos assuntos mais comentados do Twitter no início da tarde. O ex-candidato à presidência da República, Ciro Gomes (PDT-CE), gravou um vídeo em solidariedade a Gleen, a quem se refere como "um dos maiores jornalistas do mundo", afirmando estar "indignado".
Ciro disse que "Augusto Nunes é um daqueles vermes, dos piores tipos de gente, que a imprensa brasileira ainda aceita em seu meio". Ele repudiou "a ideia de que nós podemos resolver nossas diferenças na base do esforço físico" e pediu mais "civilidade" no país.
De Brasília, a deputada Luíza Erundina (Psol-SP) também ofereceu sua solidariedade ao jornalista americano, dizendo que ele e a família foram "covardemente agredidos ao vivo". A parlamentar afirmou, ainda, seus desejos de que "a barbárie seja combatida e repudiada". José Guimarães (PT-CE), disse tratar-se de "um verdadeiro atentado contra os direitos e a liberdade de imprensa".
Marcelo Freixo afirmou que Augusto Nunes é um "boçal, violento e covarde". Ponderou que, "depois da canalhice de usar os filhos de Greenwald e Davi Miranda (deputado federal pelo Rio de Janeiro, eleito pelo Psol) para ataca-los, agrediu Glenn no ar". Nas palavras do deputado, é "lamentável o programa querer se promover com provocações baixas e atos de violência".
Ciro disse que "Augusto Nunes é um daqueles vermes, dos piores tipos de gente, que a imprensa brasileira ainda aceita em seu meio". Ele repudiou "a ideia de que nós podemos resolver nossas diferenças na base do esforço físico" e pediu mais "civilidade" no país.
Marcelo Freixo afirmou que Augusto Nunes é um "boçal, violento e covarde". Ponderou que, "depois da canalhice de usar os filhos de Greenwald e Davi Miranda (deputado federal pelo Rio de Janeiro, eleito pelo Psol) para ataca-los, agrediu Glenn no ar". Nas palavras do deputado, é "lamentável o programa querer se promover com provocações baixas e atos de violência".
A socióloga e defensora dos direitos das mulheres, Debora Diniz, professora da faculdade de Direito da Universidade de Brasília (UnB), disse que o episódio é "assustador". "Em viva voz e viva imagem, o que faz a homofobia, humilha, agride e mata".
Vaza-Jato
O jornalista americano Glenn Greenwald é o responsável por uma série de reportagens intitulada "Vaza-Jato", baseada em mensagens trocadas entre a força-tarefa da Lava-Jato e o ex-juiz Sérgio Moro, atualmente ministro da Justiça.
As mensagens foram divulgadas em 9 de junho e colocaram em dúvida a imparcialidade de Moro como juiz no julgamento dos processos da operação.