[FOTO1]Cerca de 17 ativistas do grupo ambiental Greenpeace foram detidos, nesta quarta-feira (23/10), após realizar um protesto, em frente ao Palácio do Planalto, contra a postura do governo em relação ao vazamento de óleo que atinge praias do Nordeste. Em nota, a Polícia Militar do Distrito Federal disse que o motivo da prisão foi suspeita de "atividades nocivas ao meio ambiente".
No protesto, os ativistas usaram uma mistura de água, corante preto e amido de milho para simular o petróleo cru que, desde setembro, polui o litoral nordestino e já atingiu 194 praias. O Corpo de Bombeiros e a PM fizeram a perícia do material que os ativistas espalharam em frente ao Planalto.
"Os manifestantes foram encaminhados à 5; DP (Asa Norte) e poderão responder pela Lei 9.0605/98, a qual dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente", diz o comunicado da PMDF.
O protesto, que começou por volta das 8h, logo após o hasteamento da bandeira, ocupou duas faixas em frente ao Planalto e utilizou também animais de pelúcia cobertos de óleo, imitação de barris de petróleo, tocos de árvores e uma réplica de moto-serra.
Vestidos de preto, os ativistas da ONG levantaram faixas contra a política antiambiental do governo atual. Os cartazes continham frases como "Um governo contra o meio ambiente", "Brasil manchado de óleo" e "Pátria queimada, Brasil".
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O porta-voz de clima e energia do Greenpeace do Brasil, Thiago Almeida, declarou que a demora do governo em agir de maneira efetiva sobre as manchas de óleo é inaceitável. "A maneira ineficiente insuficiente deixa muito da responsabilidade nas costas da população afetada, que está se arriscando", destacou.
Para a ONG, o Plano Nacional de Contingência não foi aplicado, diferentemente do que afirma o Planalto. De acordo com a organização, a agenda do governo é contra o meio ambiente e a favor do desmonte da gestão e proteção ambiental.
"Ecoterroristas", diz ministro
A organização foi alvo de críticas do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. Em sua conta pessoal do Twitter, ele criticou a ação: "Não bastasse não ajudar na limpeza do petróleo venezuelano nas praias do Nordeste, os ecoterroristas ainda depredam patrimônio público", escreveu.
[SAIBAMAIS]Semana passada, o ministro exibiu um vídeo, também no Twitter, sobre o trabalho de voluntários nas ações de limpeza das praia manchadas de óleo. Em seguida, divulgou Thiago Almeida cobrando ação das autoridades competentes e escreveu: "O Greenpeace ;explicou; por que não pode ajudar as praias do Nordeste; ah tá;".
Salles participou, nesta quarta-feira, do programa CB.Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
*Estagiária sob a supervisão de Humberto Rezende