Jornal Correio Braziliense

Brasil

Reconhecimento e atitude

Ao visitar áreas afetadas pela mancha de óleo, ministro da Defesa admitiu que governo demorou a se juntar à operação. Apesar do acompanhamento da Marinha, só após perceber gravidade considerou que era preciso acionar Exército

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As reclamações do governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB), de pescadores e de ambientalistas sobre a demora da chegada do socorro federal à costa do Nordeste, afetada pelo vazamento de óleo, levou o governo a dar início à operação conjunta. Ontem, três ministros visitaram Pernambuco para tratar do acidente ambiental, já considerado um dos mais graves da história: do Meio Ambiente, Ricardo Salles; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; e do Desenvolvimento Regional do Brasil, Gustavo Canuto. Em Recife, ao lado do governador, Azevedo disse que só se percebeu a necessidade de incluir o Exército nos trabalhos de limpeza do mar e das praias quando as manchas aumentaram de tamanho.

;Nós não julgávamos ser necessário empregar o Exército. Quando precisou, empregamos. Quando as manchas saíram de Salvador, recrudesceram, chegaram a Pernambuco nesses dias, aí sim;, explicou, considerando que não significa que o governo federal demorou a dar uma resposta à altura da catástrofe.

;Desde o início de setembro, a Marinha está debruçada nisso fazendo uma investigação;, observou, acrescentando que o Plano Nacional de Contingência está sendo seguido. ;É lógico que, no início de setembro, o aparecimento das manchas era pequeno. Mas, no início de outubro, elas aumentaram, e providências estão sendo tomadas;.

Ao visitar o estado, Salles declarou que a origem do material tóxico, que atinge 200 localidades em 78 municípios de nove estados do Nordeste, não é prioridade. ;Esse é o momento de trabalhar, recolher o óleo e dar o destino necessário. E, lá na frente, também aprofundar as causas desse acidente;, ressaltou, destacando que o ;governo tem feito tudo estruturado;.

;Todas as equipes que estão produzindo, trabalhando, têm feito um trabalho bastante dedicado e intenso desde o começo. Não estamos perdendo tempo com discussões que não contribuem para concluir o problema, para resolver, para recolher, destinar e continuar monitorando e investigando as causas;.

Já o ministro do Desenvolvimento Regional do Brasil, Gustavo Canuto, demonstrou preocupação com o fato de o governo de Pernambuco não ter feito o pedido para o reconhecimento sumário de situação de emergência. Segundo técnicos da equipe do ministério, as autoridades locais, com a ajuda de voluntários, fez um trabalho eficiente, mas ainda é preciso uma segunda e mais profunda limpeza para evitar a permanência de resíduos. Hoje, Canuto estará pela manhã em Maceió e, depois, segue para Sergipe.