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Em um intervalo de seis meses e uma diferença de apenas 100 metros, a queda de dois aviões na Rua Minerva, no Bairro Caiçara, em Belo Horizonte, deixa um saldo de quatro mortos, três feridos e uma região assustada. Embora os acidentes na mesma rua sejam considerados infeliz coincidência, a semelhança faz parte de um problema: aeroporto em área urbana e adensada. Quando o Aeroporto Carlos Prates, no Bairro Padre Eustáquio, começou a operar, na década de 1940, a capital tinha perto de 350 mil habitantes. Mas, agora, está na região mais populosa de BH, que, sozinha, tem 340 mil moradores e 87 mil domicílios, segundo a prefeitura.
O SR 20 Cirrus Design acabara de decolar do Carlos Prates, rumo a Ilhéus (BA), quando caiu sobre carros na Rua Minerva. Às 8h14, apenas 21 segundos depois da partida, a colisão e explosão matou três e deixou mais três feridos. Os mortos são: Hugo Fonseca da Silva, 38 anos; Pedro Antônio Barbosa, 54 anos; e Paulo Jorge de Almeida, 61 anos.
Rodeado por casas e prédios, o local do acidente fica a 90 metros de uma escola infantil, a 534 metros de um centro de saúde e a 148 metros de um posto de gasolina. Moradores reagiram à queda e ainda ontem começaram a se organizar para cobrar ações. Além de abaixo-assinado pedindo o fechamento, planejam pedir ao Ministério Público Federal investigar a segurança do aeroporto, administrado pela Infraero.
O Carlos Prates abriga o Aeroclube do Estado de Minas Gerais, dedicado à formação de pilotos, aviação desportiva, manutenção, instrução, construção de aeronaves, ultraleves, aviação geral de pequeno porte e helicópteros. Em nota, a Infraero destacou que o aeroporto ;opera dentro de requisitos de segurança estabelecidos nas normas da aviação civil brasileira;. Uma equipe do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) iniciou a perícia ainda ontem de manhã.