A pesquisa Profissão Docente, conduzida pelo Todos pela Educação e pela Fundação Itaú Social, concluiu que 69% dos professores brasileiros consideram o aperfeiçoamento da formação continuada o principal instrumento para a valorização profissional. Os educadores brasileiros enfrentam inúmeras dificuldades em sala de aula, e ter a chance de se capacitar é a aposta para o melhor desempenho do trabalho e para inspirar estudantes, já que são agentes de mudança da sociedade.
Editais de apoio oferecem a professores da educação básica a chance de participar de treinamentos em outro país. Há seleções para profissionais da rede pública e privada. Em julho, 588 professores de escolas públicas de todo o país embarcaram para os Estados Unidos e para o Canadá, em dois programas de aperfeiçoamento feitos em cooperação com a Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).
No mês passado, o Japão recebeu docentes selecionados para passar um ano no país. Esse tipo de programa dá aos educadores brasileiros chance de internacionalizar o currículo e de aprender com experiências diferentes em países com educação de ponta, e, principalmente, para aplicar o conhecimento adquirido em sala de aula ao retornar ao Brasil.
Imersão nos EUA
;São esses programas que renovam no professor o sonho de dar o melhor no intuito de colaborar para que vidas sejam transformadas e, consequentemente, possamos viver dias melhores, em que todos tenham acesso à educação de qualidade, emprego e saúde;, afirma Rebeca Pereira, professora de inglês do Centro Educacional Myriam Ervilha, no Recanto das Emas. Ela integrou o grupo de 21 professores da rede pública do Distrito Federal selecionados para participar de programa de formação nos Estados Unidos.
A viagem foi em julho, e Rebeca, que dá aula há 11 anos, trouxe na bagagem experiências culturais e de conteúdo para aplicar na escola onde trabalha, como o curso de metodologia de ensino da língua inglesa que fez na Universidade do Arkansas, fruto de parceria entre a Capes, a Embaixada dos Estados Unidos e a Comissão Fulbright.
Oportunidade no Canadá
Entre os 102 professores de diversas disciplinas de escolas públicas que viajaram ao Canadá para se aperfeiçoar, estava a pedagoga Lorena Rodrigues, que dá aulas para alunos de 4; ano na Escola Classe 104 de São Sebastião. Ela participou da imersão no Fanshawe College. ;Eu me senti muito realizada na minha profissão com essa oportunidade. Se eu não fosse professora, não teria ido;, afirma. ;Aprender com o povo canadense foi maravilhoso e o principal que aprendi foi o respeito às diferenças. Eles têm altíssimo nível de civilidade;, disse Lorena, que viajou com um grupo de professores de 18 estados.
Um ano e meio no Japão
A professora de matemática Milene da Silva, 35, embarcou para a cidade de Osaka em setembro para seis meses de curso da língua japonesa. Na sequência, a docente do Centro de Ensino Fundamental 4 do Gama vai para a Universidade de Educação de Nara, na cidade de mesmo nome. Ela terá essa experiência graças ao Ministério da Educação, Cultura, Esporte, Ciência e Tecnologia do governo do Japão, que oferece bolsas de estudo para professores brasileiros.;Eu penso que um dos desafios é trabalhar coletivamente para produzir um ensino mais efetivo;, disse. Para se inscrever no programa japonês, o docente interessado precisa ter até 34 anos em 1; de abril do ano da seleção, experiência profissional mínima de cinco anos e bom domínio da língua inglesa ou japonesa.
*Estagiária sob supervisão
da subeditora Ana Paula Lisboa