Jornal Correio Braziliense

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PM atira e causa tumulto durante protesto na zona norte do Rio

O enterro do estudante Kelvin Gomes Cavalcante, de 17 anos, morto na quinta-feira (10) enquanto cortava o cabelo na favela Para-Pedro, em Colégio (zona norte do Rio), terminou em confusão e tiros, nesta sexta-feira (11), em frente ao cemitério de Irajá, também na zona norte. Policiais militares acompanharam o enterro "por medida de segurança", segundo nota divulgada pela Polícia Militar. "Após o enterro, um grupo que participava do cortejo obstruiu a via e depredou um ônibus que passava pela Avenida Monsenhor Felix", afirma a PM. "Policiais intervieram e resgataram o motorista do ônibus. Houve um princípio de tumulto, momento em que um dos policiais se descontrolou e realizou disparos de arma de fogo." Segundo a PM, o militar foi preso em flagrante e encaminhado à 2ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. "Ele será avaliado e acompanhado pelo setor de psicologia", diz a nota. Imagens registradas por participantes do enterro mostram um policial dando chute em uma pessoa. Em seguida o mesmo PM atira pelo menos duas vezes para o alto com seu fuzil. "Os vídeos que circulam nas redes sociais estão sendo analisados e serão utilizados na apuração da Corregedoria", afirmou a PM. "O comando da Polícia Militar reitera que a conduta do policial não é condizente com os protocolos de atuação instruídos e empregados pela Corporação. A PM reafirma ainda seu compromisso em não tolerar ações descabidas de seus integrantes, punindo com rigor os envolvidos em tais incidentes", conclui a nota da PM. O caso Cavalcante estava no cabeleireiro quando foi atingido. A PM afirma que ele foi vítima de bala perdida. A família da vítima nega, diz que naquele momento não havia confronto entre policiais e criminosos e que o adolescente foi atingido por seis tiros. Outra pessoa que estava no cabeleireiro também foi baleada, mas sobreviveu e está internado em estado "estável", segundo a polícia.