A violência no Brasil atingiu níveis superiores ao de países conflagrados. Ricos e pobres estão igualmente ameaçados. Em 2017, foram 65.620 homicídios, dos quais 72,4% por arma de fogo, segundo o Atlas da Violência, produzido pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Para contribuir com essa discussão, na próxima quarta-feira (9), às 15h, na Câmara dos Deputados, será lançado o livro Armas para quê?, do professor Antônio Rangel Bandeira, ex-diretor do Departamento de Sociologia e Política da Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ).
Bandeira compôs o grupo que elaborou e trabalhou pela aprovação do Estatuto do Desarmamento (Lei 10.826/03), a partir da experiência do então presidente da África do Sul, Nelson Mandela. Segundo o estudo do Ipea e do Fórum, o Estatuto poupou milhares de vidas na década encerrada em 2017 - a média de crescimento dos homicídios nos 14 anos anteriores era de 5,44% ao ano. Com a edição da lei, a média de crescimento no número de vítimas por armas de fogo caiu para 0,85% ao ano.
No lançamento, haverá debate com a participação de deputados e senadores que defendem o Estatuto, além da homenagem à jornalista Valéria de Velasco, que morreu em 17 de abril do ano passado. Por mais de 25 anos, ela foi uma ativista da cultura de paz e teve relevante papel, no Distrito Federal, na luta contra a venda de armas e munições.