Jornal Correio Braziliense

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Um grafite para quebrar o recorde

Um grafite com mais de 10 mil metros quadrados - e potencial para entrar para o Guinness Book, o livro dos recordes, como o maior mural do mundo - deve ser inaugurado no próximo carnaval na região da República, no centro da capital paulista. Batizada de Aquário Urbano, a intervenção começou a ser grafitada há três meses e vai ocupar as empenas cegas, as paredes laterais de edifícios que não têm janelas, de 15 prédios entre as ruas Major Sertório e a Bento Freitas. "O objetivo é chamar atenção para o tema do clima e do consumo exagerado que gera uma quantidade de embalagens desnecessária. Essa obra está tratando um pouco dessa relação com a natureza e fala também da relação do homem com a cidade", explica o ativista e produtor cultural Kleber Pagú. O projeto é uma parceria de Pagú com o artista Felipe Yung, o Flip, que trabalha com temas marinhos e já teve seus grafites em galerias e ruas de Madri, Barcelona, Los Angeles, Londres, Paris e Tóquio. Segundo o produtor cultural, a obra vai contar ainda com a possibilidade de visualização em 360 graus com o uso de óculos de realidade virtual. "As pessoas vão poder baixar o aplicativo e ter acesso a vídeos, livreto explicativo e ver a obra de onde elas estiverem. É um aquário sem nenhum peixe em cativeiro", explica. Segundo Pagú, há um movimento artístico de tomar as empenas dos prédios, como as que serão ocupadas pela intervenção na República. O produtor cultural, que já atuou com murais do gênero com o grafiteiro Eduardo Kobra, diz que o investimento para essa intervenção gira em torno de R$ 4 milhões e que o carnaval do próximo ano foi o período escolhido para a inauguração. "O projeto é independente e começou há dois anos e oito meses. Começamos a pintura há três meses. A previsão é de ficar pronto no carnaval de 2020, quando a cidade está na rua, com milhões de pessoas circulando por São Paulo." Itapevi Em 2017, Kobra estabeleceu o recorde mundial com um mural que tinha 5.742 metros quadrados na parede de uma fábrica de chocolates em Itapevi, na região metropolitana de São Paulo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.