Oministro da Educação, Abraham Weintraub, se envolveu em mais uma polêmica ontem ao mencionar universidades federais durante o 21; Fórum Nacional do Ensino Superior Particular Brasileiro (FNESP). Na palestra de abertura do evento, Weintraub disse que é preciso ;atacar a zebra mais gorda;, se referindo aos salários de professores universitários federais. O ministro também defendeu uma proposta de autorregulação para as universidades particulares.
;O problema do ensino superior brasileiro é que a gente gasta uma fortuna com um grupo muito pequeno de pessoas;, afirmou, referindo-se às universidades públicas. ;Mais de 80% do ensino superior está na iniciativa privada, e o MEC (Ministério da Educação) é uma grande folha de pagamento de professores de universidades federais;, completou. Para o ministro, é preciso ir ;atrás de onde está a zebra mais gorda, que é um professor de federal, com dedicação exclusiva, ministrando oito horas de aula por semana e ganhando de R$ 15 mil a R$ 20 mil por mês;.
O ministro garantiu que não pretende começar a cobrar mensalidade nas instituições públicas de ensino superior. ;É uma vitória de Pirro a gente gastar energia para tentar cobrar a graduação;, disse. A expressão é utilizada para se referir a uma vitória obtida a alto preço. ;Vai ser uma gritaria, e não vamos chegar a lugar nenhum;, justificou. Segundo o ministro, ;cobrar mensalidade de quem pode pagar não vai resolver nada;.
Desde abril, quando assumiu o ministério, Weintraub se envolveu em polêmicas ao anunciar o contingenciamento feito no orçamento das universidades e institutos federais. No evento, o ministro disse que está acompanhando os dados para um possível descontingenciamento. ;A gente está descontingenciando. Não tem nenhuma universidade fechada. Não houve quebra das universidades, como alguns veículos falaciosos falaram, não houve nenhum bandejão sem alimento;, afirmou.
Ainda de acordo com o ministro, mais da metade dos servidores brasileiros está no MEC, o que gera muitos custos para a pasta. ;Eu tenho que enfrentar esse exército, entre outras coisas;, disse ele, referindo-se a doutrinação e metodologia de alfabetização. No discurso, o ministro também pediu apoio para a aprovação do Future-se, programa rejeitado pela maioria das federais pelo país. ;Preciso do suporte das bases e das bancadas dos senhores para passar o Future-se e, assim, ter verbas para financiar o ensino privado e colocar dinheiro nas creches;, disse.
* Estagiários sob supervisão de Rozane Oliveira