De acordo com dados da Comissão Pastoral da Terra (CPT) presentes no relatório ;Máfias do Ipê: como a violência e a impunidade impulsionam o desmatamento na Amazônia brasileira;, mais de 300 pessoas foram assassinadas nos últimos 10 anos por causa de conflitos pelo uso da terra e dos recursos da Amazônia. A grande maioria são pessoas envolvidas na extração ilegal de madeira.
A impunidade é outro ponto para qual o documento chama atenção. Dos mais de 300 assassinatos, apenas 14 foram julgados. A ONG elaborou o documento com entrevistas com mais de 170 pessoas, sendo povos indígenas, moradores dos estados do Maranhão, Pará e Rondônia, servidores públicos em Brasília e na região Amazônica, representantes dos órgãos federais Ibama, ICMBio e Funai e outras autoridades públicas.
O documento também afirma que o presidente Jair Bolsonaro retrocedeu na aplicação de leis de proteção ambiental. Além disso, a ONG afirma que o atual governo enfraqueceu agências federais responsáveis e atacou organizações e indivíduos que trabalham na preservação da floresta. ;O presidente Bolsonaro tem assumido uma postura particularmente hostil em relação às ONGs que defendem o meio ambiente e os direitos dos povos indígenas, alegando que elas ;exploram e manipulam; os indígenas;, diz o texto.
[SAIBAMAIS]Na próxima semana, Bolsonaro viaja a Nova York para participar da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). O discurso do presidente, que abre a cerimônia, terá justamente a Amazônia como tema central. A defesa da soberania brasileira na Região Amazônica será o cerne do pronunciamento do chefe do Executivo federal.