Em uma operação deflagrada para combater a exploração sexual de crianças e adolescentes por meio da internet, a Polícia Federal (PF) prendeu 35 suspeitos e apreendeu material pornográfico em 14 unidades da Federação. Um contingente de 656 policiais, investigadores e integrantes de diversos órgãos públicos, foram às ruas na Operação Luz na Infância. No Distrito Federal, quatro pessoas foram presas. Além das ações em território nacional, também foram cumpridos mandados nos Estados Unidos, no Panamá, no Paraguai, no Chile, no Equador e em El Salvador. Ao todo, 105 alvos estão na mira das investigações.
As ações foram coordenadas a partir do Centro Integrado de Comando e Controle Nacional (CICCN), em Brasília. Esta é a quinta fase da operação, que, desde o começo, já cumpriu 1.112 mandados de busca e apreensão contra suspeitos de pedofilia e resultou na prisão de 546 pessoas. Entre os estados, o maior número de prisões ocorreu em Santa Catarina (seis) e em São Paulo (seis), seguidos pelo DF, com quatro prisões e Alagoas, onde três suspeitos foram detidos.
As investigações desta fase têm como base informações obtidas em etapas anteriores da operação. Até agora, a PF obteve 3,8 terabytes de dados apreendidos em computadores de investigados. Foram analisados 312 mil arquivos, que deram novas pistas sobre a rede de pedofilia que se propaga pelo meio virtual.
Abusos
O ministro da Justiça, Sérgio Moro, destacou que as ações integradas com outras nações têm peso importante no resultado da operação. ;As Américas vêm trabalhando contra o abuso e a exploração sexual infantil. A Luz da Infância vem sendo bem-sucedida e a metodologia vem sendo replicada. O Brasil recebeu representantes das forças policiais de outros países, que entenderam como as boas práticas funcionavam. A partir daí, planejamos uma ação conjunta para dar um recado: nós não toleramos abuso e exploração sexual infantil. Precisamos identificar pessoas;, disse.
Ainda de acordo com o ministro, caso as ações ocorressem individualmente, os criminosos continuariam atuando na maior parte do território nacional e no exterior. ;Uma das estratégias para a obtenção de resultados bem-sucedidos é realizar a operação simultaneamente. Uma atuação isolada só apagaria pequenos focos;, completou Moro.
As penas para quem pratica pedofilia pela internet variam de um a oito anos de prisão. Quem armazena material pornográfico envolvendo crianças e adolescentes está sujeito a até quatro anos de prisão. O compartilhamento desse tipo de material acarreta penas de três a seis anos. A maior punição é para quem produz material pornográfico com menores. Nesse caso, os responsáveis podem ter de cumprir de quatro a oito anos de cadeia.
- Garotinho e Rosinha têm prisão revogada
Os ex-governadores do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho e Rosinha Matheus, foram soltos ontem de manhã, menos de 24 horas após terem tido a prisão preventiva decretada pela Justiça a pedido do Ministério Público Estadual. A ordem de soltura foi dada pelo desembargador Sirio Darlan, do Tribunal de Justiça do estado. O casal responde a processo em que é acusado de superfaturar contratos celebrados entre a Prefeitura de Campos, no norte-fluminense, e a construtora Odebrecht. Para o desembargador, como os fatos em julgamento ocorreram entre 2009 e 2016, não há razão para a prisão preventiva.