O Ministério da Educação quer que médicos formados no Exterior tenham um limite de oportunidades para fazer a prova de validação de diploma, conhecido como Revalida. Pela proposta da pasta, a prova deixaria de ser subsidiada e poderia ser realizada por um número máximo de vezes. "Quem não passou, não passou. Tchau. Pendura na parede o diploma e apresenta para os amigos", afirmou o ministro da Educação, Abrahm Weintraub.
Hoje, não há limite de oportunidades para a realização da prova. O ministro participa de uma audiência pública para discutir a MP que prevê a criação do Médicos pelo Brasil, programa que deverá substituir o Mais Médicos. Pela proposta, os exames do Revalida, poderiam ser feitos duas vezes ao ano e seriam cobrados dos candidatos.
"O Estado brasileiro quebrou. Não tem mais condição de fazer cortesia", disse o ministro.
Pelos cálculos do MEC, o gasto com o exame chegam a R$ 6 mil por candidato. Desde 2017, o Revalida não é realizado. Weintraub atribuiu a demora na realização do exame justamente à falta de recursos.
A proposta do MEC é de que o exame de validação do diploma seja descentralizado e possa ser ofertado tanto por instituições públicas quanto particulares. A ideia é de que apenas instituições bem avaliadas possam realizar o exame de validação. A estratégia, disse, poderia até mesmo promover uma concorrência entre as universidades que vão aplicar a prova.
Nesta quarta-feira, 4, após a publicação da reportagem com base no que disse Weintraub na comissão do Senado, o MEC enviou nota em que afirma que a proposta ainda está em estudo. Veja abaixo:
"O ministro da Educação, Abraham Weintraub, esteve ontem (3) no Senado e esclareceu alguns pontos sobre a proposta do MEC no que diz respeito ao Revalida.
Informamos que a proposta final para o Revalida ainda está em fase de estudos, devendo ser entregue pelo Grupo de Trabalho (tem a participação do CFM, AMB, etc) até outubro. Na Comissão, quando o ministro citou as limitações de tentativas do exame, foi em referência aos procedimentos adotados nos EUA.
No entanto, precisamos esclarecer que existem países que limitam as tentativas, mas no Brasil a proposta do MEC não traz essa limitação. Inclusive, a proposta do ministério é para que o exame seja realizado duas vezes ao ano."