Na contramão do Brasil, países sul-americanos passaram a pregar cooperação global para combater a destruição causada por incêndios na Amazônia, com apoio da União Europeia. Apelos mais fortes saem de países que, na esteira do desgaste brasileiro, ganham protagonismo na agenda ambiental, como Chile e Colômbia, ambos com governantes de direita simpáticos ao presidente Jair Bolsonaro.
Essas nações querem levar o debate à Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), em setembro, em Nova York. A Bolívia, também afetada pelos incêndios, apoia o movimento.
Vários países já anunciaram apoio ao Brasil, mas até esta segunda-feira, 26, o Palácio do Planalto só informou que aceitou o envio de avião e equipamentos ofertados por Israel, um dos aliados preferenciais de Bolsonaro. Governos estaduais, como o Acre, pediram diretamente apoio às embaixadas sul-americanas.
Em dobradinha com o presidente francês, Emmanuel Macron, cuja relação com Bolsonaro se degradou, o presidente do Chile, Sebastian Piñera, assumiu a coordenação da ajuda oferecida pelo G-7. Piñera disse que a soberania dos países sul-americanos deve ser respeitada, mas que proteger a floresta "é dever de todos".
O presidente da Colômbia, Iván Duque, anunciou a intenção de liderar, entre países amazônicos, um "Pacto pela Conservação" e já falou sobre isso com Bolsonaro. Pelo Twitter, o brasileiro defendeu o plano, reiterando seu posicionamento de respeito à soberania dos países. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.