Uma das filhas adotivas da deputada federal Flordelis (PSD-RJ) teria afirmado que ofereceu R$ 10 mil a um irmão para que ele matasse o pai, o pastor Anderson do Carmo, segundo depoimento divulgado pelo jornal O Globo nesta terça-feira, 20. Segundo o documento, Marzy Teixeira da Silva, de 35 anos, diz à Polícia Civil que o irmão aceitou a oferta - mas horas depois ela teria desistido da ideia e avisado o rapaz que o plano não seria realizado.
Carmo foi assassinado em 16 de junho. Dois filhos de Flordelis estão presos e foram denunciados por homicídio triplamente qualificado contra o pastor.
Além de Marzy, Flordelis tem outros 50 filhos adotivos e quatro biológicos. Segundo o jornal, em 24 de junho ela contou à Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG) que, em conversa pelo aplicativo WhatsApp com o irmão Lucas Cezar dos Santos (também adotado pelo casal), ofereceu R$ 10 mil para que ele matasse o pai adotivo. Ela pretendia furtar essa quantia do pai.
Segundo o relato do jornal, Lucas aceitou a proposta e afirmou que cometeria o crime dentro da própria casa da família, em Pendotiba, bairro de Niterói, na região metropolitana do Rio. Marzy então teria discordado e orientou o irmão a simular um assalto e matar o pai na saída de uma igreja.
Marzy afirmou à polícia que horas depois se arrependeu e ligou para o irmão, desfazendo o acordo. Segundo O Globo, Marzy contou ainda ter informado a mãe sobre sua iniciativa. Flordelis teria dito que a filha não deveria fazer nada de que pudesse se arrepender.
A filha da parlamentar narrou ainda à polícia que o pai ficou sabendo que havia um plano para matá-lo e conversou individualmente com cada filho. Ele teria dito que iria grampear todos os telefones da família.
Lucas, de 18 anos, é um dos presos pelo crime. Em depoimento à polícia, ele confirmou ter recebido proposta da irmã para matar o pai, mas diz que nunca chegou a aceitá-la.
Ele foi denunciado pelo homicídio junto com Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico de Flordelis com seu primeiro marido. Segundo a Polícia Civil e o Ministério Público do Estado do Rio (MP-RJ), Flávio praticou o crime, e Lucas sabia do plano e auxiliou o irmão em procedimentos preparatórios, por isso também deve responder pela conduta.
A defesa de Flávio nega que ele tenha confessado o crime, como afirma a polícia. A reportagem não localizou a defesa de Lucas.