[SAIBAMAIS] Do total de casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) registrados de janeiro até ontem, foram confirmados 251 diagnósticos causados por vírus Influenza e 306 por outros vírus respiratórios (veja quadro). Do total associado ao Influenza, predominaram as infecções pelo subtipo H1N1 ; 201 registros desde janeiro. O H3N2 vem na sequência, com 18, seguido de diagnósticos de tipo A não subtipável, com 15 registros. De acordo com a Saúde estadual, há um aumento de demanda nas unidades de saúde em relação aos pacientes com Influenza. O percentual de atendimentos desses doentes subiu de 6,8% do total na primeira semana do ano para 19,5% na 30; semana.
O Influenza não é a única ameaça para a população. O Vírus Sincicial Respiratório (VSR), um dos principais agentes das infecções que acometem o sistema respiratório de crianças que estão sendo amamentadas e das menores de 2 anos, também vem infectando um grande número de pessoas em Minas. Dados da secretaria de estado mostram que foram 279 registros neste ano. Em relação ao último boletim epidemiológico, de 8 de julho, o aumento foi de 25,1%. Mais uma morte foi confirmada, com o total passando de 11 para 12 entre os dois boletins.
Apesar de o quadro ser grave, é a primeira vez que a pesquisa de casos provocados pelo vírus sincicial é computada, sendo possível conhecer a proporção de diagnósticos em que ele se associa à hospitalização por SRAG em Minas. Segundo a Saúde estadual, anteriormente a identificação de vírus em casos de pessoas internadas com síndrome respiratória aguda grave monitorava apenas Influenza A e B. Este ano, a rotina da Fundação Ezequiel Dias (Funed) passou a incluir em todos os casos de pacientes SRAG hospitalizados a pesquisa de vírus Sincicial Respiratório.
Mais mortes
Desde o início do ano, das 306 mortes por síndrome respiratória aguda grave em Minas, 70 tiveram associação com vírus respiratórios, a maioria por Influenza, 53, sendo 41 pelo tipo A H1N1, que em 2009 provocou uma epidemia mundial de gripe suína, e 17 associados a outros vírus respiratórios. Belo Horizonte é a cidade com o maior número de óbitos: a capital mineira já registra 12 casos fatais, todos por Influenza.
Outras mortes foram registradas em Minduri (2), João Pinheiro (2), Além Paraíba (2), João Monlevade (2), Pedralva (2), Prata, Três Corações, São Francisco de Sales, Iturama, Campo Belo, Carmópolis de Minas, Sabará, Conselheiro Lafaiete, Timóteo, Frutal, Araçuaí, Santo Antônio do Aventureiro, Santa Rita de Jacutinga, Andrelândia, Itaúna, Governador Valadares, Carrancas, Cajuri, Córrego do Bom Jesus, Lagoa Santa, Bom Sucesso, Leopoldina e Mariana, estas com um caso cada.
Proteja-se
Os vírus respiratórios circulam durante todo o ano. Mas o inverno, quando as temperaturas caem e o tempo fica seco, é o período mais crítico, com um aumento significativo de doentes. ;O tempo seco resseca as mucosas do nariz e da faringe, e com isso há maior facilidade de infecção por vírus e bactérias;, explica o coordenador do Serviço de Infectologia do Hospital Lifecenter, Carlos Starling, integrante da Sociedade Mineira de Infectologia.
O infectologista ressalta que a vacinação é a principal maneira de se prevenir e atenuar os sintomas provocados pelos vírus, e que a imunização é importante para todas as idades. ;Tem que se vacinar, independentemente da época de campanha. O vírus circula durante o ano inteiro. Temos uma prevenção muito boa: além da vacina contra a gripe, temos a antipneumocócica, que evita complicações maiores com essas infecções. É a forma mais produtiva de que dispomos;, afirma.