Jornal Correio Braziliense

Brasil

Planos de saúde coletivos têm reajuste maior do que para os individuais

Essa modalidade possui mais de 38 milhões usuários no Brasil

Os planos de saúde coletivos, que representam mais de 80% do mercado de saúde suplementar no país, tiveram reajuste até três vezes maior que o definido pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para os individuais, de 7,35%. Os contratos empresariais ou por adesão anunciaram alta de até 20%. Essa modalidade possui mais de 38 milhões usuários no Brasil.

De acordo com o advogado especialista em planos de saúde Rodrigo Araújo, o problema da regulação é a falta de fiscalização e de transparência nos gastos das empresas. ;O cálculo dos custos é realizado a partir de um relatório da própria operadora. Mas quem garante que os dados são verdadeiros? Não é realizada auditoria ou prestação de contas por parte das operadoras;, explicou.

Segundo ele, há uma segunda questão problemática: ;A operadora repassa para o consumidor 100% dos custos que tem. É o único segmento de empresas no país que transfere os riscos da atividade empresarial para os clientes;, argumentou. Na visão de Araújo, o índice de reajuste dos planos de saúde é muito alto quando comparado com a inflação.

Fernando César Figueiredo, 53 anos, era usuário de um plano individual, mas precisou cancelar ,porque não estava conseguindo pagar. Depois, descobriu um problema renal e procurou novamente planos de saúde. ;Aderi a um plano coletivo, mas precisei cancelar também. Os planos são abusivos, e a gente fica à mercê da saúde pública que está muito ruim;.

Em nota, a ANS explicou que estabelece o índice máximo que deve ser aplicado aos planos individuais/familiares e monitora os percentuais anuais cobrados pelas operadoras em contratos coletivos.

*Estagiária sob supervisão de Rozane Oliveira