Ingrid Soares
postado em 25/07/2019 10:31
A Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças crônica por Inquérito Telefônico (Vigitel) 2018, divulgada nesta quinta-feira (25/7), pelo Ministério da Saúde apontou que 17,9% da população adulta faz uso abusivo de bebida alcoólica.
O percentual é 14,7% a mais do que o registrado no país em 2006, que foi de 15,6%. Apesar do percentual menor de 11%, as mulheres apresentaram maior crescimento em relação aos homens (26%) no período de 2006 a 2018. Em 2006, o percentual entre as mulheres era de 7,7 % e entre os homens, 24,8%.
Para o secretário nacional de Vigilância em Saúde, Wanderson Kleber de Oliveira, entre as razões apontadas para o aumento da ingestão de álcool entre as mulheres, está a maior inserção no ambiente de trabalho,
;O consumo abusivo teve aumento expressivo também de mudanças comportamentais. As mulheres estão trabalhando mais, tendo uma vida social muito mais ativa. Acho que a estratégia melhor para combater esses números é a informação sobre os malefícios do álcool. Explicar melhor para ter um consumo regular e social mais sustentável. Não é aceitável um aumento tão expressivo. Então precisamos intensificar as campanhas e informações, principalmente para este grupo;, ressaltou.
O levantamento do Ministério da Saúde identificou ainda que entre os homens, o uso abusivo está concentrado na faixa etária de 25 a 34 anos, onde mais de um terço (34,2%) dos participantes afirmaram terem consumido bebidas em excesso. Já entre as mulheres, a maior incidência (18%) está entre as mais jovens, entre 18 e 24 anos. Na população com mais de 65 anos, 7,2% dos homens e 2% das mulheres estão nessa situação.
Segundo a pasta, é considerado o uso abusivo de álcool, a ingestão de quatro ou mais doses entre as mulheres e cinco ou mais doses entre os homens, em uma mesma ocasião, nos últimos 30 dias. De acordo com a OMS, não existe volume seguro de álcool a ser consumido, por ser tóxico ao organismo, podendo provocar, entre outros, doenças mentais, cânceres e problemas hepáticos.
O Ministério da Saúde apontou também que 1, 45% do total de óbitos ocorridos entre 2000 a 2017 estão atribuídos à ingestão abusiva de bebidas. Em relação das mortes entre os sexos, os homens morrem aproximadamente nove vezes mais do que as mulheres por este motivo.
A Vigitel é realizada anualmente pelo Ministério da Saúde por meio de entrevistas telefônicas. A edição de 2018 realizou 52.395 entrevistas por telefone entre fevereiro e dezembro do ano passado, com pessoas com mais de 18 anos nas 26 capitais brasileiras e no Distrito Federal.