Jornal Correio Braziliense

Brasil

Entidades temem por autonomia 


Entidades de ensino manifestaram preocupação com relação à autonomia das universidades federais e com a falta de detalhes sobre o Future-se. A Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior no Brasil (Andifes) reclama mais informações sobre a forma de atuação das organizações sociais na captação e gestão de recursos das universidades federais.

O presidente da Andifes, reitor Reinaldo Centoducatte, da Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), ressaltou que os reitores não foram convidados para participar da elaboração prévia da proposta e afirmou que será constituído um grupo de estudo para debater o programa. Para ele, a prioridade do governo deveria ser indicar solução para os problemas gerados pelo contingenciamento de verbas das universidades federais, anunciado recentemente. Segundo o reitor, várias faculdades terão dificuldade para dar prosseguimento ao ano letivo a partir de agosto.

João Carlos Salles, também da UFES, afirmou que há um conjunto de intenções importantes no aspecto de novas captações, mas apontou várias dúvidas. ;Ninguém seria contra captar novos recursos. Mas como e quando isso se constituirá em legislação e quais serão os requisitos para a adesão? O financiamento será através do mérito e qualidade do projeto? Como as universidades participarão da repartição desse recurso? Ou é um fundo que o governo institui e servirá para todas, independente de aportar recursos?;. De acordo com o Ministério da Educação, o ministro Abraham Weintraub foi convidado para participar de uma reunião, no Espírito Santo, para discutir o projeto no próximo dia 25.

Para a Federação de Sindicatos de Professores e Professoras de Instituições Federais de Ensino Superior e de Ensino Básico Técnico e Tecnológico (Proifes), o Future-se ameaça o futuro das universidades. O presidente do Sindicato das Entidades Mantenedoras de Estabelecimentos de Ensino Superior no Estado de São Paulo (Semesp), Hermes Ferreira Figueiredo, avalia que, embora seja necessário algum tempo para ;melhorar o entendimento sobre o funcionamento do fundo que irá financiar as instituições;, ele acredita que a proposta acerta ao permitir a captação de recursos privados e públicos por meio de incentivos fiscais, agências de financiamento de pesquisas e outras parcerias, posições, segundo ele, defendidas pelo Semesp. (IS)