"Este foi um animal muito caçado pela beleza e pelo grande porte. Assim como também houve perda de habitat. As regiões de onde ele é nativo estão sendo ocupadas pelo ser humano. Por isso é tão importante esse nascimento", afirma o diretor do Departamento de Pesquisa e Conservação da Fauna do Zoológico do Alto Boqueirão, Edson Evaristo.
Os cuidados com a espécie buscam evitar que ela tenha o mesmo destino da ararinha-azul. A ave que inspirou o filme Rio é considerada extinta na natureza desde 2000. Agora, o Brasil tenta a reinserção dela na natureza por meio de 50 exemplares que devem chegar ao Brasil, repatriadas da Alemanha, até dezembro deste ano.
A arara-azul-grande é natural do Pantanal e da Amazônia e é considerada vulnerável na escala de risco de extinção. Isso quer dizer que ela enfrenta um perigo elevado de sumir da natureza em um futuro próximo, a não ser que algo seja feito.
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De acordo com Edson Evaristo, essa é a razão pela qual o Zoológico de Curitiba tem investido no programa de reprodução desses animais. "Assim, a gente serve como uma esperança para a perpetuação dessas espécies. Nós também trabalhamos com a ararajuba, que inclusive é da cor da bandeira, e o papagaio-de-peito-roxo, que alguns indivíduos já foram soltos no Parque Nacional das Araucárias", explica.
De acordo com o Instituto Arara-Azul existem no mundo 13 espécies de araras, e as azuis são quase exclusividade brasileira. São quatro tipos, sendo que duas delas estão extintas (ararinha-azul e arara-azul-pequena). As outras duas estão em perigo (arara-azul-de-lear e arara-azul-grande). A arara-azul-grande chega a medir até um metro da ponta do bico à cauda e pesar até 1,3kg.
Arara ainda não pode ser visitada
Agora, o novo habitante do Zoológico está recluso. O diretor explica que ele deve ficar uns 10 meses sob os cuidados dos pais. Estima-se que o nascimento dele tenha sido há cerca de quatro meses, quando a equipe notou que os pais ficavam mais no ninho. Até o próximo mês, deve ser feito um teste de DNA na arara para saber se ela é macho ou fêmea.
"As aves que participam desse programa não ficam em exposição, mas acredito que nos próximos meses vamos providenciar um espaço para a nova arara. Mas, enquanto isso, o irmão dela, o Blu, está na exposição e pode ser visitado. Inclusive ele está iniciando uma fase de namoro com uma arara que recebemos. Então, em breve, a nova arara deve ganhar sobrinhos", projeta Edson.