Na ocasião, o presidente Jair Bolsonaro e ministros se deslocavam para um encontro da cúpula do G20, em Osaka, no Japão. Manoel estava em uma das aeronaves de apoio ao presidente. Um inquérito policial militar já tinha sido aberto na FAB para apurar o caso, e pode resultar na expulsão do segundo sargento da Força. Agora, a PF abre investigação criminal para apurar o tráfico internacional de drogas e identificar eventuais mandantes do crime, além de quem seriam os receptores da droga.
O militar está preso na Espanha. Ele pode ser deportado para julgamento no Brasil. A investigação da Polícia Federal corre em segredo de Justiça.
Perfil discreto
O Correio teve acesso, por meio de uma fonte, a mensagens de grupos do aplicativo WhatsApp do condomínio onde Manoel mora, em Taguatinga. Ele também estava nestes grupos até o dia que foi preso. "O que mais me aborrece é saber que o condomínio vai continuar sem receber as taxas dele. Já não pagava quando estava solto, imagina agora", comentou um vizinho logo após a prisão do segundo sargento. Entre os vizinhos, muitos são militares, e nos grupos fizeram críticas a cobertura do caso, afirmando que o fato está sendo usado para denegrir a imagem do governo do presidente Jair Bolsonaro.
Os moradores do local apontam que Manoel tinha um perfil discreto, recebia poucas visitas. Mas que sempre estava ativo em reuniões e debates sobre assuntos do condomínio, embora tivesse dificuldades para pagar taxas e a mensalidade do imóvel que adquiriu. O local tem apartamentos a baixo preço, custando de R$ 150 mil a 300 mil. Além de piscina, quadra de esportes, sala de jogos, academia, sala de estudos e sauna, o condomínio tem amplo espaço de lazer.
Câmaras estão espalhadas em praticamente toda a área de espaço compartilhado entre os imóveis, o que deve facilitar a investigação da PF.