O primeiro detido foi Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, filho biológico de Flordelis e enteado de Souza. A prisão ocorreu durante o enterro do padrasto. Ele foi levado para a Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, onde prestou depoimento e deve passar a noite na carceragem.
Desde 17 de abril, Flávio tinha um mandado de prisão preventiva em aberto por violência doméstica. Em janeiro, a Justiça determinou que se mantivesse a pelo menos 500 metros de distância da ex-mulher, além de respeitar outras medidas protetivas. Como desrespeitou as ordens impostas pelo juiz André Luiz Nicolitt, do 1; Juizado da Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher de São Gonçalo (região metropolitana do Rio), foi alvo da ordem de prisão cumprida nesta segunda-feira, 17.
O outro filho do casal preso é Lucas, de 18 anos. Ele é um dos 51 filhos adotivos do casal e, antes de completar 18 anos, teria se envolvido com o tráfico. A ordem de prisão contra ele foi emitida por conta dessa suposta conduta. O rapaz foi detido na casa da família, em Niterói, e seria encaminhado para uma unidade do Departamento Geral de Ações Socioducativas, órgão estadual responsável pela execução de ordens judiciais contra crianças e adolescentes.
Investigação
A principal linha de investigação da Polícia Civil considera que Flávio e Lucas agiram juntos e mataram Souza para defender a mãe, após descobrir um caso extraconjugal de Souza. Outra hipótese, que foi levantada, mas perdeu força, é de uma briga familiar em razão de uma dívida.
Já a deputada Flordelis contestou a hipótese de que um de seus filhos tenha cometido o crime: "Isso é ridículo, acusar alguém sem provas", afirmou, durante o enterro de Souza. Ela acredita que o marido foi morto durante uma tentativa de assalto, em um latrocínio. "É nisso que eu acredito: que foi um assalto e ele morreu defendendo a família."
A advogada Luciene Diniz Suzuki, que atende a família de Flordelis, afirmou ao jornal O Globo que a ex-mulher de Flávio vai informar à Justiça que não deseja mais as medidas protetivas. Segundo Luciene, ela foi ao enterro e esteve com o ex-marido antes de ele ser preso.
Nessa segunda, o governador Wilson Witzel (PSC) afirmou que esteve com o secretário de Polícia Civil na noite de domingo após a notícia do assassinato do pastor, e a principal linha de investigação do crime era de que um dos filhos do casal ordenou a execução. "A morte nos causa muita perplexidade", disse.
"Ontem (domingo) estive com o secretário de Polícia Civil e ele me disse que há a suspeita de que um dos filhos adotados, não sei se formalmente ou informalmente, teria praticado o crime. Agora está nessa linha de investigação. Entendemos que é um fato lamentável e esperamos que tudo seja rapidamente esclarecido. Vamos acompanhar a investigação", afirmou Witzel durante um evento na escola estadual Paulo de Frontin, na Praça da Bandeira (região central do Rio).
Souza e Flordelis voltavam de uma confraternização e teriam sido seguidos até a casa deles. Segundo a deputada contou à polícia, depois que chegaram em casa, o marido voltou à garagem porque teria esquecido algo dentro do carro. Nesse momento, a família ouviu o som dos disparos e desceu correndo. Souza chegou a ser levado ao Hospital Niteroi DOr, onde morreu. Os atiradores fugiram sem levar nada.
Testemunhas disseram que três homens encapuzados fizeram disparos. O cachorro da família teria sido dopado para não alertar sobre a presença de desconhecidos. Imagens de câmeras de segurança da rua onde fica a casa do casal foram requisitadas e estão sendo analisadas pela polícia. O caso está sendo investigado pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo.