Ainda de acordo com o diretor da ANA, 44 milhões de habitantes vivem em cidades que dependem de transferência de bacias hidrográficas, como São Paulo e Rio de Janeiro. ;Não temos como fugir dessa importação de águas. A tendência, em função da maior urbanização, é que tenhamos um crescimento de retiradas de bacias de 24%, até 2030;, afirma Cordeiro. Segundo ele, os setores usuários dessa água que mais respondem pela demanda atual são o setor da irrigação e do aquecimento urbano. ;Além de 70% das
cidades não possuírem estações adequadas de tratamento de esgoto, a maior parte das estações existentes estão concentradas apenas em São Paulo;, pontuou o diretor da ANA, que em seguida, parafraseou Joaquim Gondim, Superintendente de Operações e Eventos Críticos da ANA: ;A água está onde o povo não está;.
Por fim, Cordeiro destacou a importância das bacias hidrográficas e da Infraestrutura para a situação hídrica do país. ;Infraestrutura é importante para esta questão, mas o mais importante é a bacia hidrográfica e o território. Nossas águas estão mais estocadas em territórios e bacias específicas do que em reservatórios artificiais, então não podemos perder a perspectiva de conservação do solo, práticas sustentáveis agrícolas, construção de áreas de preservação e racionalização;, assinala. O diretor da ANA, antes de encerrar sua
fala, também chamou atenção para o Projeto de Lei (PL) 3.261/2019 recentemente aprovado pelo Senado, que busca estabelecer um novo marco regulatório para o saneamento básico. Atualmente, o PL está em tramitação no Congresso Nacional.