postado em 08/06/2019 08:00
A Polícia Civil de São Paulo considera a possibilidade de fazer uma acareação entre Neymar e Najila Trindade, que acusa o atacante da seleção brasileira de estupro. O objetivo é eliminar incongruências existentes nos depoimentos dos dois sobre o vazamento de diálogos e fotos íntimas na semana passada. O jogador divulgou mensagens privadas trocadas entre eles na tentativa de provar sua inocência. O estupro teria sido cometido em Paris, em 15 de maio, de acordo com a modelo.
Em depoimento ontem na 6; Delegacia de Defesa de Mulher, em Santo Amaro, na Zona Sul de São Paulo, Najila disse que não tem mais a íntegra do vídeo que comprovaria a agressão cometida por Neymar. Segundo informações do Jornal Nacional, da TV Globo, ela explicou que as imagens estavam em um tablet que foi furtado de seu apartamento na última quinta-feira. Parte desse vídeo vazou nos últimos dias, porém, o material tinha somente um minuto de duração. A íntegra do conteúdo seria de sete minutos. Os investigadores questionaram se ela tinha o arquivo salvo em outro servidor ou em disco rígido virtual. A modelo não soube responder a essa pergunta.
À delegada Juliana Lopes Bussaco, a possível vítima explicou que o apartamento onde mora foi arrombado e que os ladrões teriam levado, além do tablet, um relógio e uma quantia em dinheiro guardada em uma bolsa. Um setor da polícia especializado em impressões digitais vasculhou o imóvel e encontrou no local apenas as marcas dos dedos da própria moradora e da empregada doméstica.
Najila prestou esclarecimentos após não atender a quatro intimações anteriores. Ela chegou à delegacia por volta do meio dia, em carro da polícia e cercada de seguranças. Desceu do veículo com o rosto coberto e foi acompanhada para a área interna por advogados, testemunhas e a empregada doméstica.
A modelo teve dificuldades para falar, interrompeu as respostas várias vezes e, após passar mal, deixou a delegacia, por volta das 18h, carregada pelo seu advogado, Danilo Garcia de Andrade, sem dar entrevistas. Colocada em um carro da polícia com sirene ligadas, Najila foi conduzida a um hospital público para que pudesse melhorar.
Durante o depoimento, a modelo demonstrou estar muito emocionada e, em alguns momentos, teve dificuldade para relatar o episódio. A pedido da delegada, na sala do depoimento estavam presentes somente mulheres, para deixar a possível vítima mais à vontade. Presenciaram a oitiva duas delegadas e uma escrivã.
Najila teve de responder ainda se havia autorizado a divulgação de suas fotos íntimas por Neymar e também se elas haviam sido enviadas para mais alguém. No decorrer da conversa, ela se queixou de estresse psicológico e disse estar com pressão baixa. Funcionários da delegacia chegaram a comprar comida em uma padaria próxima para que a depoente pudesse se alimentar.