Pelo menos 15 detentos foram mortos no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj), em Manaus. A Secretaria de Comunicação do Governo do Amazonas informou que os óbitos aconteceram durante uma briga entre os presos.
A confusão começou durante horário de visita. As autoridades evitaram usar o termo rebelião. Os parentes dos detentos foram retirados às pressas do local.
A Secretaria de Administração Penitenciária (Seap) acionou o Batalhão de Choque da Polícia Militar, que entrou no complexo por volta do meio-dia. A situação foi controlada por volta das 15 horas, mas a falta de informações sobre as vítimas deixou dezenas de familiares sob tensão na entrada do Complexo. O Instituto Médico Legal (IML) foi acionado para a remoção dos corpos.
Segundo o secretário de Segurança Pública do Estado, coronel Louismar Bonates, alguns assassinatos ocorreram na presença de parentes das vítimas. Um grupo de mulheres chegou a bloquear o trânsito da BR-174, que fica em frente ao Compaj, mas uma equipe do Batalhão de Choque da Polícia Militar desobstruiu a via sob protestos.
De acordo com o secretário, foi determinado o reforço em outras unidades do sistema prisional, por medida de precaução. Helicópteros do Departamento Integrado de Operações Aéreas fizeram sobrevoo no sistema, durante a tarde.
Não há informações sobre fugas e não houve agentes penitenciários reféns. Bonates comunicou que a secretaria investiga a motivação do motim. ;As câmeras internas registraram todos os crimes e vamos encaminhar as informações à Justiça;, declarou.
A unidade é a mesma onde ocorreu uma rebelião que resultou na morte de 56 pessoas em janeiro de 2017. O motim durou mais de 17 horas e foi considerado pelo secretário ;o maior massacre do sistema prisional; do Estado.
No Espírito Santo, também houve um motim na manhã de ontem. A rebelião ocorreu na Casa de Custódia de Vila Velha. A Secretaria Estadual de Justiça do estado capixaba informou que 65 detentos foram responsabilizados pelo motim. Não houve registros de feridos durante a confusão.
Denúncia
Em novembro de 2017, o Ministério Público denunciou à Justiça 213 pessoas acusadas de envolvimento com as mortes cometidas em Manaus. A investigação mostrou que integrantes da facção Família do Norte (FDN) perseguiram, capturaram, torturaram e mataram rivais do Primeiro Comando da Capital (PCC). O ataque foi o primeiro de uma série de massacres que se repetiu em Roraima e no Rio Grande do Norte. Ela é atribuída à disputa entre as facções pelo controle do mercado de drogas ilícitas.