Um casal de idosos de Belo Horizonte foi vítima de estelionatários que anunciavam um suposto sequestro da filha, na madrugada dessa quinta-feira (23/5). O homem de 67 anos e a mulher, de 69, passaram mais de 36 horas apreensivos e desembolsaram cerca de R$ 300 mil para tentar ;salvar; a filha.
O esquema foi descoberto pela Polícia Civil na tarde desta sexta-feira (24/5), quando agentes encontraram as vítimas em uma agência bancária, depositando dinheiro para os bandidos.
De acordo com a delegada da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, Maria Alice Faria, o casal foi à delegacia por volta das 12h desta sexta, para noticiar o desaparecimento da filha. Desde quando receberam a ligação dos bandidos, eles estavam dormindo em um hotel, já que os estelionatários afirmavam estar vigiando a dupla.
Durante todo o drama, o casal era obrigado a realizar diversos depósitos para contas diferentes. ;Esses bandidos vão falando, dando procedimentos, mudando de conta em conta e, no desespero, a vítima acaba aceitando as condições;, afirmou a investigadora. Ao todo, as vítimas perderam R$ 285 mil com o golpe - R$ 15 mil foram recuperados pela banco.
Para enganar o casal de idosos, os bandidos utilizavam a voz de uma mulher para simular a entonação da filha. ;Eles (estelionatários) colocaram uma mulher para falar no telefone como se fosse a filha. Assim, caso o casal não fizesse tudo que eles mandassem, a ameaça era de que ela morreria;, explica.
A delegada ainda reitera que esses golpes são feitos de forma aleatória, portanto os bandidos não sabem o nome do familiar supostamente sequestrado. Na ocasião, foram os próprios pais que, no desespero, acabaram dizendo o nome da filha.
Apesar da descoberta do golpe, ninguém foi preso. Segundo explica a delegada, agora as investigações irão para o Departamento de Patrimônio da Defesa Civil, onde serão investigados os autores do crime.
;É um golpe antigo que a gente alerta para a população prestar atenção. Quando esse tipo de telefonema vier, é preciso checar a informação; desligar o telefone e tentar contatar aquele familiar que supostamente foi sequestrado. Além disso, é importante que a família, ao desconfiar de um desaparecimento, procure a polícia o mais rápido possível;, alerta a delegada.
*Estagiário sob supervisão da editora Liliane Corrêa