Os supostos crimes vieram à tona por meio de um perfil criado no Instagram na sexta-feira passada (10/5). Ao relato inicial seguiram outros também de suposto assédio pelo profissional, que, por meio do advogado Paulo de Tarso, alega inocência.
Para o advogado, "o médico é vítima de calúnia e difamação". Por conta da situação, ele deixou de fazer atendimentos em sua clínica particular, no bairro Brasil (zona oeste da cidade), e nos hospitais onde trabalha.
As denúncias na Deam estão sendo feitas sob acompanhamento da Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), onde as vítimas estiveram na segunda-feira e fizeram relatos diante da delegada titular da delegacia, Dercimária Cardoso Gonçalves.
A reportagem conversou com três dessas mulheres que estiveram na delegacia. Duas delas foram atendidas em 2015 e a outra, no início deste mês. Elas relatam desde comportamento inadequado do médico, como elogios ao "corpo lindo", até a toque íntimos que em nada se relacionavam com o atendimento médico.
Uma das pacientes sofreu um aborto espontâneo e procurou atendimento emergencial com Orcione Júnior. "Ele tirou as luvas e começou a massagear meus seios, o que não era mais natural numa situação de aborto, já não fazia mais parte do protocolo, começou a massagear, não era uma massagem de um médico, era um toque de homem. E aí desceu por minha barriga, enquanto ele alisava todo o meu corpo, inclusive minha vagina, sem luva. Ele me elogiava e dizia que eu não ficasse preocupada", relatou uma das vítimas.
"Quando vi o relato no Instagram voltei a viver tudo que tinha vivido em 2015. Era como se estivesse vivendo aquele momento. Desde então, não consigo me alimentar direito, estou dormindo à base de remédio", acrescentou.
;Linchamento virtual;
O advogado Paulo de Tarso, que defende o médico Orcione Júnior, disse que "o que está ocorrendo é um linchamento virtual contra o médico, vítima de calúnia e difamação".
Paulo de Tarso disse que já havia identificado a autoria da mulher que criou o perfil e fez o primeiro relato contra o médico, contudo, a pessoa indicada, segundo ele, afirmou que nunca foi atendida pelo médico e que apenas compartilhou a informação recebida sobre a denúncia
Sobre as queixas na delegacia, o advogado disse: "Isso começou com uma notícia falsa, mas as pessoas foram lá. Vai ver se realmente fez, se não fez, o que estou combatendo e estou indignado é que independente do resultado de um processo desse, o fato é que ele já foi condenado, já estão chamando ele até de estuprador".
"Se as pessoas tivessem ido à delegacia, houvesse um processo, depois da condenação fizessem a divulgação, aí poderia até ser. Mas não pode condenar um cara antes para depois apurar. A Justiça vai apurar, e o médico nega que tenha assediado as mulheres", declarou o advogado.